Desvendando as Punch-line: construção e compreeensão de sentidos na comédia de stand-up sob a perspectiva da linguística cognitiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Moreira, Ester Roberta Cardoso
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/11142
Resumo: Esta dissertação visa a analisar o fenômeno do humor em um espetáculo de comédia no gênero stand-up sob a ótica da Linguística Cognitiva. Vários estudos sobre o discurso humorístico já foram realizados com foco nos aspectos linguísticos (TRAVAGLIA, 1990; POSSENTI, 1998; CARMELINO, 2009; SCHWARZ, 2010), nossa proposta é demonstrar que as teorias cognitivas podem contribuir para explicar o fenômeno do humor de uma forma ainda não abordada pela linguística mais tradicional. Nosso objetivo é investigar quais são os processos cognitivos que ocorrem no momento da punch-line – onde existe a expectativa do riso. O fenômeno do humor, baseado nas teorias linguísticas cognitivas, tem sido foco de estudo de vários pesquisadores (ATTARDO, 1994; RASKIN, 1979; COULSON, 2001; FAUCONNIER, 1984; FELTES, 2009; COSCARELLI, 2009; KRIKMANN, 2006). Nossa hipótese é que podemos compreender o sentido dos discursos da comédia de stand-up através das seguintes teorias: (i) Frame (FAUCONNIER, 1998, 2002, 2003; FILLMORE, 1984; COULSON, 2001; LAKOFF, 2004; KOESTLER, 1964; RITCHIE, 2004; MINSKY, 1974), e (ii) Teoria dos Espaços Mentais e sua extensão: Mesclagem Conceptual (FAUCONNIER, 2003; TURNER, 2003; KÖVECSES, 2006). Lakoff (2004) afirma que segundo a Ciência Cognitiva nós, seres humanos, pensamos através de frames, e para uma pessoa compreender uma verdade, o que foi dito precisa ter alguma relação com o conhecimento enciclopédico registrado em nossas sinapses, em nosso cérebro. Os temas usados nos espetáculos de comédia stand-up, como: racismo, política, casamento, sexo, etc., servem de pano de fundo para que o comediante alcance o efeito do humor da plateia. Geralmente, esses temas envolvem opiniões socialmente controversas, gerando uma oposição de frames, causando uma incongruência entre os frames da narrativa. O discurso humorístico tem como característica a resolução de uma incongruidade e é esperado que o humor surja no exato momento de sua resolução - quando um frame, considerado estável, por ser aceito culturalmente é mesclado por um novo frame, considerado episódico ou emergente. Dessa forma, temos na teoria da mesclagem conceptual base suficiente para, de forma mais pontual, analisarmos o discurso humorístico, por ser este um processo rico em mesclagens. E estas desvelam, sempre novas maneiras de observar a realidade, pois apontam novos sentidos. Para análise, escolhemos como corpus o espetáculo de comédia no gênero stand-up, Kill the Messenger, protagonizado pelo comediante Chris Rock, em sua turnê Mundial de 2008. Até o momento presente, supomos ser a primeira análise de comédia stand-up em pesquisas no Brasil