Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Braga, Eneida Dias Vianna |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Niterói
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/11051
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Resumo: |
O surgimento de cepas de Staphylococcus aureus (S. aureus) resistentes a meticilina em ambiente comunitário (CA-MRSA) tem sido um desafio, dadas a sua rápida propagação mundial na última década, com significativas taxas de morbimortalidade na população pediátrica. As evidências demonstram que a colonização nasal pode funcionar como reservatório da bactéria na comunidade, e indivíduos colonizados tem maior chance de desenvolver infecção. O objetivo desse estudo foi descrever a prevalência de colonização nasal por S. aureus e MRSA em crianças que frequentam creches comunitárias do município de Niterói, RJ, utilizando métodos genotípicos para caracterizar as amostras resistentes a meticilina, e identificar possíveis fatores associados à colonização nasal destas crianças. Trata-se de estudo de corte transversal, realizado em 23 creches comunitárias de Niterói entre agosto de 2011 e outubro de 2012, com 500 crianças de 3 meses a 6 anos, selecionadas por amostra de conveniência. A média das idades foi de 4 anos (desvio padrão ±1,3) e 256 (51,2%) eram do sexo masculino. Um questionário contendo dados clínicos e epidemiológicos foi aplicado aos pais e responsáveis. A coleta foi realizada por rotação de suabe estéril nas narinas anteriores. As amostras isoladas de S. aureus foram submetidas ao teste de sensibilidade a oxacilina e cefoxitina por disco-difusão. Nas amostras de MRSA foi realizada, por reação em cadeia da polimerase (PCR), a pesquisa dos genes de resistência (mecA) e de patogenicidade lukS-PV e lukF-PV. A tipagem do cassete cromossômico estafilocócico (SCCmec, Staphylococcus chromosomal cassette mec) foi feita por reação de PCR multiplex. As taxas de colonização nasal por S. aureus e MRSA foram de 48% e 6,2%, respectivamente. Na análise bivariada, os fatores associados à colonização por S. aureus foram a frequência à creche por período maior que 12 meses [p=0,002, OR=1,85 (IC 95%=1,26-2,63)], idade maior que 36 meses [p=0,011, OR=1,66 (IC 95%=1,12-2,50)] e frequentar creche localizada em favela [p<0,001 OR=2,44 (IC95%=1,50-3,95)]. Após análise multivariada, os fatores associados a colonização por S. aureus foram a frequência à creche por mais de 12 meses e a localização das creches em favelas. Os fatores associados à colonização por MRSA foram uso de antibióticos ßlactâmicos nos últimos 30 dias [p=0,003, OR=3,24 (IC95%=1,42-7,38)] e frequência a creches localizadas em favelas [p=0,001, OR=3,27 (IC95%=1,52-7,00)]. A regressão logística não foi conduzida para os MRSA em decorrência do pequeno tamanho da amostra. Não houve, entre os grupos frequentando creches dentro ou fora de favelas, diferença significativa quanto ao número de coabitantes, grau de instrução da mãe ou à renda familiar. Das 31 amostras de MRSA, 23 carreavam SCCmecIV (74,2%), duas amostras o SCCmecIII (6,5%) e quatro amostras, presumivelmente, o SCCmecII (12,9%). Duas amostras não foram tipadas. Em cinco amostras de MRSA, o gene da PVL estava presente (16,1%). Os clones identificados por spa typing predominantes foram t002 (11/22) e t318 (4/22), correspondendo a 50% e 18,2% respectivamente. São necessárias mais investigações visando à caracterização molecular das amostras de MRSA em distintos ambientes comunitários, para que se possam obter dados que permitam avaliar a disseminação local e global de infecções por CA-MRSA |