Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2025 |
Autor(a) principal: |
Barra, Ana Beatriz Lesqueves |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://app.uff.br/riuff/handle/1/37597
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Resumo: |
Introdução. O Brasil tem uma das maiores populações em terapia renal substitutiva no mundo e uma mortalidade anual em torno de 20%. Apesar disso, são escassos os estudos no país que avaliaram os fatores de risco para mortalidade nesta população. Métodos. Estudo de coorte retrospectivo de dados de pacientes com falência renal que estiveram em programa regular de hemodiálise em 23 unidades de diálise no Brasil entre 2012 e 2017. Todas as informações foram extraídas do banco de dados European Clinical Database (EuCliD®). A sobrevida foi analisada pelo método de Kaplan-Meier e o risco de mortalidade foi estimado por regressão proporcional de Cox. Resultados. Foram incluídos 10.171 pacientes, sendo 5.081 incidentes no período. A mediana de idade dos pacientes incidentes foi de 59 anos, 35,4% deles tinham mais de 65 anos, 39% eram diabéticos e 39% tinham tido consulta prévia com nefrologista. A taxa de sobrevida em 5 anos foi de 51,4%. Níveis mais altos de albumina sérica, hemoglobina e saturação de transferrina, assim como, índice de massa corporal mais elevado, foram associados a um menor risco ajustado de morte, enquanto a idade mais avançada, cateter como acesso vascular inicial, hospitalização prévia, fosfatase alcalina elevada e sobrecarga hídrica medida pela bioimpedância se associaram ao aumento deste risco. A sobrevida dos pacientes com o tratamento custeado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) foi semelhante à daqueles com convênio privado, mas os pacientes que dependiam do SUS eram mais jovens, tinham menor prevalência de diabetes e mais frequentemente tinham fístula arteriovenosa ao iniciar o tratamento dialítico. No entanto, o risco ajustado de morte dos pacientes cujo tratamento era custeado pelo SUS foi mais alto do que daqueles com convênio privado (1,166, intervalo de confiança de 95% [IC95%] 1,001 - 1,358). As principais causas de hospitalização foram infeciosas, cardiovascular e por complicações não infeciosas do acesso vascular. A taxa de hospitalizações de todos os pacientes incidentes foi de 0,68 internação/ paciente-ano, a frequência e tempo de hospitalização variaram com a faixa etária, mas os pacientes atendidos pelo SUS tiveram índices de internação mais baixos, independentemente da idade. Um total de 608 pacientes foi submetido a HD curta diária (HDCD), 49,2% eram diabéticos e 16,6% tinham índice de comorbidades de Charlson ≥ 5. A taxa de sobrevida em doze meses para aqueles com estado de hidratação adequado após a migração para HDCD foi de 91%. Na análise multivariada, um melhor controle do volume extracelular com a HDCD foi associado a um menor risco de morte (0,34, IC95% 0,13 - 0,87). Conclusões. Este estudo define o perfil, a taxa de hospitalização, a sobrevida no longo prazo e os fatores associados com o risco de morte numa grande população incidente em HD no Brasil. Sugere ainda que a HDCD poderia ser utilizada como estratégia para o melhor controle do volume extracelular, especialmente nos pacientes mais graves, e assim, aumentar a sobrevida. |