Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Bressan, Mariana Mazzei Caiado. |
Orientador(a): |
Lugon, Jocemir Ronaldo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Fluminense (UFF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.repositorio.mar.mil.br/handle/ripcmb/846507
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Resumo: |
Introdução. Os distúrbios minerais e ósseos estão frequentemente presentes em pacientes com falência renal e já foram implicados com redução da sobrevida. Entretanto, ainda é necessário estabelecer uma associação definitiva entre a hiperfosfatemia e o aumento da mortalidade nessa população. Objetivo. Estabelecer a frequência de três faixas de fósforo e avaliar sua associação com a mortalidade, em uma coorte de pacientes incidentes em hemodiálise (HD). Métodos. Trata-se de um estudo de coorte retrospectivo, com dados do Registro Brasileiro de Diálise, que incluiu 6214 pacientes adultos em HD por >3 meses. Os dados foram coletados de Jan/2011 a Dez/2018. O fósforo sérico foi estratificado em 3 faixas: <3,5mg/dl, 3,5mg/dl - 5,5mg/dl, >5,5 mg/dl. O principal desfecho foi mortalidade por qualquer causa em 4 anos. Utilizamos o modelo de risco proporcional de Cox para estimar a razão de risco de mortalidade após ajuste por: idade, índice de massa corporal (IMC), cor da pele, tipo de financiamento da diálise, prescrição de quelantes de fósforo, insuficiência cardíaca, transplante renal prévio, hemoglobina, ferritina, cálcio, PTH, percentual de redução da ureia (PRU) e albumina. Para melhor explorar os nossos resultados, realizamos algumas análises de subgrupos. Resultados. As frequências de casos nas faixas de fósforo (baixo, normal e alto) foram 5,8%, 64,6%, e 29,6%, respectivamente. As taxas de sobrevida em 4 anos nas três faixas de fósforo citadas foram de 60,8%, 70,4% e 73,1%, respectivamente. Na análise multivariada, o fósforo na faixa superior mostrou forte associação com a mortalidade (HR 1,54, IC 95% 1,21-1,95, P < 0,001). A idade (HR 1,03, IC 95% 1,02- 1,04, P < 0,001) e IMC<18,5 kg/m2 (HR 1,92, IC 95% 1,35 - 2,73, P <0,001) também exibiram associação direta com mortalidade. Em contraste, IMC ≥ 25 kg/m2 (HR 0,80, IC95% 0,65 - 0,99, P = 0,043) e o uso de sevelamer isolado (HR 0,44, IC 95% 0,32-0,60, P <0,001) ou em associação com quelantes à base de cálcio (HR 0,63, IC 95% 0,40-0,98, P = 0,041) mostraram- se protetores. Nas análises de subgrupos, o fósforo baixo foi significativamente associado à mortalidade apenas nos pacientes <60 anos. Em contraste, o fósforo alto teve uma associação significativa com mortalidade nos subgrupos com: < 60 anos e ≥ 60 anos; IMC < 25 kg/m2; financiamento de HD público ou privado; prescrição ou não de sevelamer; bem como nos aparentemente mais saudáveis (com hemoglobina, albumina e PRU nas faixas preconizadas). Conclusão. Considerando-se os valores do fósforo sérico de todo o tratamento de hemodiálise, o estudo reforçou a associação entre níveis elevados de fósforo e a mortalidade em pacientes incidentes. O uso de sevelamer pareceu estar associado a menor taxa de mortalidade quando comparado com o de quelantes a base de cálcio. |