Das memórias silenciadas às memórias futuras: pistas para uma psicologia antirracista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Nascimento, Maria da Conceição
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/37630
Resumo: Pensar no racismo enquanto elemento estruturante da sociedade, no seu impacto no cotidiano da população brasileira e no comprometimento da Psicologia, como ciência e profissão, nesse debate é, em linhas gerais, o objetivo deste trabalho. Inicia-se falando da importância do estudo da questão racial no Brasil, enfocando a gênese do que constitui a racionalidade ocidental e o fato de a produção da Psicologia ser pouco expressiva no campo das relações raciais, apesar de o tema da “raça” estar presente nas suas formulações desde os primórdios de sua institucionalização no País. Esta se dá sob a forte influência do pensamento social brasileiro que tem no ideário racista do século XIX – período áureo do racismo científico – as bases teóricas que inspiram os estudos sobre a sociedade brasileira daquele momento. Intelectuais nas áreas da sociologia, da antropologia e da literatura são, inclusive, criadores e fomentadores dos primeiros cursos de Psicologia Social no Brasil. A seguir, discutem-se: a) sobre os saberes e as práticas “psi” no contexto pós-abolição e na contemporaneidade, observando que, apesar do silenciamento e da negação do racismo no País, foram produzidos trabalhos voltados para o tema do preconceito e da discriminação racial, infelizmente ainda não estudados com a devida importância nas universidades brasileiras; b) o papel do higienismo como política de controle da população e de como os ideais eugênicos tinham no horizonte a expectativa de tornar o Brasil um país “livre” das doenças e do atraso e, por conseguinte, branco. Outrossim, o estudo dedica-se a trazer alguns elementos que impulsionam a propor uma prática clínica cujo diferencial seria, em primeiro lugar, considerar a pluralidade étnica brasileira e que as relações sociais no Brasil são mediadas pela “raça”. Portanto, preconceito, discriminação, racismo são questões presentes no cotidiano das brasileiras e brasileiros e que precisam ser enfrentadas pela Psicologia. Parte-se de referenciais teóricos do campo “psi” e das demais ciências humanas, e procura-se apoiar e legitimar o recurso às práticas de cuidados populares e tradicionais, reconhecendo a experiência de luta do povo negro no Brasil.