Curso promotor@s em saúde da população negra um dispositivo de educação antirracista no enfrentamento ao racismo no âmbito das políticas públicas em Porto Alegre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Teixeira, Ana Carla Vidal
Orientador(a): Leal, Andrea Fachel
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/255340
Resumo: Esta pesquisa objetivou analisar o Curso Promotor@s em Saúde da População Negra (CPSPN), desenvolvido no município de Porto Alegre, RS, pela Secretaria Municipal de Saúde em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) como um dispositivo de educação antirracista no enfrentamento ao racismo no âmbito das Políticas Públicas em Porto Alegre. Como metodologia, a abordagem utilizada foi a qualitativa e quantitativa. Do ponto de vista qualitativo, realizei a análise de documentos pertinentes à Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) e ao curso Promotor@s: portarias ministeriais, relatórios de gestão da Secretária Municipal de Saúde de Porto Alegre, Atas de reuniões do Conselho Municipal de Saúde e da Comissão de Saúde da População Negra e a publicação Olhares Sobres a Equidade em Saúde. Os documentos foram analisados de acordo com a Análise de Conteúdo proposta por Bardin (1977). A abordagem quantitativa foi realizada através das avaliações por parte dos participantes sobre o curso Promotor@s (na época os participantes fizeram uma avaliação do curso) e da aplicação de um questionário semiestruturado enviado a todos que já participaram de alguma edição do curso Promotor@s (a partir das listas de presença do curso); a divulgação desta etapa da pesquisa e do questionário foi através de e-mail, WhatsApp e redes sociais para todos os participantes do curso. A análise quantitativa utilizou o modelo de analise estatística de Freitas (2013). A amostra foi composta por 530 avaliações realizadas pelos participantes do curso de 2012 a 2014, e 176 questionários respondidos pelos participantes do curso nas diferentes edições. O enfoque da análise centrou-se na efetivação de uma sensibilização dos profissionais de saúde sobre o racismo institucional e suas implicações na saúde no processo de saúde e doença da população negra. Os resultados indicam que os profissionais reconhecem o racismo como um fator de adoecimento para a população negra e apontam as mudanças ocorridas após a realização do curso, e destacam a importância do debate racial nos serviços de saúde, para o enfrentamento do racismo no SUS. Neste sentido, o CPSPN mostrou-se eficaz como um dispositivo de educação antirracista capaz de promover a sensibilização dos profissionais de saúde para a questão do racismo institucional e seus impactos na saúde da população negra. Embora reconhecido como um dispositivo importante na luta contra o racismo, é preciso destacar a necessidade de outras ações para um fortalecimento efetivo da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra.