Pesquisa parasitológica de piroplasmídeos em amostras de sangue de cães (Canis familiaris) de municípios da região metropolitana do Rio de Janeiro
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Fluminense
Niterói |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://app.uff.br/riuff/handle/1/13326 http://dx.doi.org/10.22409/PPGMPA.2020.m.10401747794 |
Resumo: | A piroplasmose canina é uma infecção causada por protozoários intraeritrocitários, como Babesia sp. e Rangelia sp., transmitidos para o cão a partir do repasto sanguíneo dos ixodídeos infectados. As manifestações clínicas dessas infecções incluem febre e icterícia sendo que Rangelia sp. também pode determinar hemorragias. A escassez de informações sobre a epidemiologia desses piroplasmídeos, motivou este estudo, que objetivou analisar a frequência de piroplasmídeos em de sangue de cães, comparar a eficiência das técnicas microscópicas e os fatores de risco associados as infecções. A amostragem do estudo foi composta por dois grupos. O primeiro grupo chamado de retrospectivo, consistiu em 31 amostras de sangue sabidamente positivas a partir da técnica de distensão delgada, que estavam armazenadas em laboratório de Análises Clínicas em Niterói, RJ e o segundo grupo amostral denominado de prospectiva, foram as 407 amostras de sangue coletadas entre 2018 a 2019 encaminhadas para o mesmo laboratório. As amostras prospectivas foram submetidas a distensões delgada e espessa coradas por Giemsa e por kit de coloração rápida. As lâminas foram submetidas a leitura em microscópio óptico, sendo os protozoários caracterizados morfologicamente. As amostras de sangue foram submetidas a caracterização molecular para diagnóstico da espécie de piroplasmídeos utilizando primers que amplificam o gene 18S RNAr. Das amostras prospectivas, positividade para piroplasmídeos foram evidenciados em 38 amostras a partir da associação das técnicas microscópicas e moleculares. A análise molecular foi realizada em 32 amostras que foram positivas em lâminas de microscopia e em 26 amostras que apresentaram trombocitopenia e alteração na morfologia do eritrócito. Ao todo 33 amostras prospectivas apresentaram sequências de Babesia vogeli. Dentre as 31 amostras retrospectivas, 24 apresentaram sequências compatíveis com B. vogeli. Nas amostras prospectivas, a maioria dos cães positivos eram machos, filhotes, raça definida que foram atendidos em clínicas em São Gonçalo. Entretanto, estas variáveis não foram estatisticamente significativas (p>0,05). Associando a frequência do diagnóstico de cães positivos por meio das técnicas com dados do hemograma, pode-se evidenciar a trombocitopenia e leucopenia foram estatisticamente associadas a infecção (p<0,05). Grande parte das amostras retrospectivas positivas também haviam sido coletado de cães machos com raça definida, atendidos em clínicas de São Gonçalo e que apresentaram no hemograma trombocitopenia. Nas lâminas de distensão delgada submetida a coloração rápida foi possível detectar todas as amostras de sangue prospectivas que foram consideradas positivas pela microscopia 7,9%, seguido da distensão delgada corada pelo Giemsa 6,9%. Comparando-se o diagnóstico dos piroplasmídeos obtidos entre as técnicas microscópicas, verificou-se uma concordância no mínimo substancial. Nas lâminas de microscopia foram evidenciadas principalmente merozoítas piriformes e ovalares com mensuração acima de 2,5 μm de comprimento compatível com Babesia vogeli. No entanto, também foi identificado formas evolutivas menores denotando o caráter pleomórfico do parasito. Por meio deste estudo pode-se verificar a importância da realização do diagnóstico molecular para identificar corretamente o gênero, espécie de piroplasmídeos, direcionando de forma mais adequada o tratamento dos cães, uma vez que esses agentes infectantes têm sensibilidade diferente aos fármacos, além de ampliar informações sobre a epidemiologia destas parasitoses. |