Avaliação da presença de linfócitos t e da citocina interferon gama na mucosa oral de indivíduos com doença inflamatória intestinal e da sua relação com a mucosa intestinal e indicadores associados à doença

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2025
Autor(a) principal: Oliveira, Noêmia Pereira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/36793
Resumo: Introdução: As doenças inflamatórias intestinais são doenças crônicas com padrão inflamatório de uma doença auto-imune e embora o intestino seja o sítio primário de acometimento, elas podem afetar qualquer parte do sistema gastrointestinal. As lesões orais são manifestações relevantes que podem preceder os sinais e sintomas gastrointestinais. Os linfócitos auxiliares T têm grande papel na resposta imune de toda a mucosa gastrointestinal, mas ainda não foram avaliados na mucosa oral. Objetivo Geral: Verificar a presença de inflamação crônica na mucosa oral de indivíduos com doença inflamatória intestinal e analisar sua associação com a mucosa intestinal destes indivíduos. Material e Métodos: O presente estudo é observacional, transversal e composto por dois grupos - Grupo 1: indivíduos com doença inflamatória intestinal; Grupo 2 (grupo controle): indivíduos sem doença sistêmica relacionada ao sistema imunológico, composta por voluntários atendidos no ambulatório de Diagnóstico oral ou por alunos da faculdade de Nutrição e Odontologia da Universidade Federal Fluminense. Foram feitas biópsias de um fragmento da mucosa labial superior clinicamente normal nos dois grupos. Apenas o grupo 1 teve o tecido intestinal analisado, que foi proveniente de blocos de parafina do arquivo da Unidade de Laboratório de Análises Clínicas e Anatomopatologia do Hospital Universitário Antônio Pedro, os quais fazem parte da endocolonoscopia de rotina dos participantes. Nas mucosas oral e intestinal foi realizado a avaliação imuno-histoquímica de citocina IFN-ɣ e complexo proteico CD3. A análise da imunomarcação IFN-ɣ e CD3 foi executada no programa de Patologia digital Qu Path. Na mucosa oral foi realizada também a análise histopatológica relacionada à resposta inflamatória dos fragmentos nos grupos 1 e 2. Resultados: Foram atendidos 20 participantes do grupo 1: 10 indivíduos (50%, 10/20), 6 mulheres (60%, 6/10) e 4 homens (40%, 4/10), que tinham o diagnóstico de retocolite ulcerativa, com média de idade de 50,90 (±18,86) anos e dez indivíduos (50%, 10/20) com doença de Crohn, 7 mulheres (70%, 7/10) e 3 homens (30%, 3/10), com média de idade de 43,60 (±13,27) anos. O tempo médio de diagnóstico foi de 8,20 anos (±6,70) para retocolite e 9,60 anos (±6,05) para doença de Crohn. Na análise histopatológica da mucosa oral, foi observado no tecido conjuntivo a presença e intensidade da inflamação crônica maior nos participantes do grupo 1 em relação ao grupo controle (p=0,021). Assim como, ao analisar separadamente de acordo com a doença, o escore total histopatológico do tecido conjuntivo da mucosa oral dos indivíduos com retocolite ulcerativa foi maior do que os participantes sem a doença (p=0,034). Participantes do grupo 1 apresentaram maior área de expressão proteica de CD3 na mucosa oral do que o grupo 2 (p= 0,045). Houve também maior expressão de IFN-ɣ na mucosa intestinal naqueles indivíduos com maior tempo de diagnóstico das doenças (p=0,002), com a presença (p=0,023) e maior número (p=0,021) de lesões orais. Conclusão: A presença do infiltrado inflamatório crônico inespecífico assim como uma maior expressão de linfócitos T na mucosa oral dos participantes com doença inflamatória intestinal é maior do que no grupo sem doença. A resposta inflamatória intestinal associada à citocina pró-inflamatória IFN-ɣ está presente naqueles indivíduos com maior tempo de diagnóstico da doença e com histórico de lesões orais, mesmo que não relacionadas às doenças inflamatória intestinais. A partir deste estudo inédito e preliminar, pesquisas adicionais são necessárias para o entendimento do papel da mucosa oral como parte das manifestações do sistema gastrointestinal nas doenças inflamatória intestinais.