Avaliação histopatológica da mucosa oral e intestinal de indivíduos com doença inflamatória intestinal e sua relação com indicadores clínicos e psicométricos associados à doença: um estudo piloto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Lopes, Danielle Nobre
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/34942
Resumo: Introdução. As doenças inflamatórias intestinais são disfunções crônicas que, embora manifestem-se principalmente no intestino, podem afetar todo o sistema gastrointestinal. Lesões orais ocorrem nessas doenças, em especial na doença de Crohn podendo preceder ou surgir de forma concomitante à doença intestinal. Não existem estudos que avaliem histologicamente a mucosa oral clinicamente sem lesões de indivíduos com doença inflamatória intestinal Objetivo Geral. Avaliar as alterações histopatológicas decorrentes da inflamação nas mucosas oral e intestinal de indivíduos com doença inflamatória intestinal e verificar a relação com indicadores clínicos e psicométricos. Material e Métodos. A amostra foi composta por dois grupos: (a) 10 indivíduos com retocolite ulcerativa e 10 indivíduos com doença de Crohn; (b) cinco indivíduos sem lesão oral em mucosa labial superior e sem doença sistêmica ou oral relacionada ao sistema imunológico. Para a avaliação da prevalência das lesões orais, o grupo com doença inflamatória intestinal foi composto por 10 indivíduos com retocolite ulcerativa e 11 com doença de Crohn. Um fragmento da mucosa labial superior clinicamente normal foi removido cirurgicamente em ambos os grupos. O tecido intestinal dos participantes do grupo 1, foram provenientes de blocos de parafina do arquivo da Unidade de Laboratórios de Análises Clínicas e Anatomia Patológica do Hospital Universitário Antônio Pedro. Todos os indivíduos responderam aos questionários de qualidade de vida e saúde oral 14 (OHIP 14) e Escala de depressão, ansiedade e estresse (DASS 21) As amostras orais foram avaliadas histologicamente através de parâmetros e escores para as alterações observadas no pitélio oral e tecido conjuntivo dos grupos 1 e 2. Para as amostras intestinais do grupo 1 foram utilizados os escores de Geboes para a retocolite ulcerativa e o escore de distribuição, atividade e cronicidade (IBD-DCA) para os participantes com doença de Crohn. Resultados. Dos dez participantes com RCU, quatro eram do sexo masculino (40 %) e seis do sexo feminino (60 %) com média de idade de 50,90 anos. Três (30%) participantes com DC eram do sexo masculino e sete (70%) eram do sexo feminino com idade média de 43,60 anos. Dois (20%) participantes com RCU e três (27.4%) com DC apresentaram lesões orais não associadas às DII. Uma participante com DII (9%) apresentou lesões orais (Pênfigo vulgar) associadas à DII devido ao uso de anti-TNF alfa. Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas nas comparações entre os indicadores clínicos sistêmicos. Foi observado diferença estatisticamente significativa na comparação entre os graus de atividade de doença de ambas as doenças intestinais com níveis de ansiedade na primeira resposta do Depression, Anxiety and Stress 21 scale (p=0,047). Na avaliação dos parâmetros histológicos da mucosa oral, observamos resultados significativos na comparação entre os participantes com e sem doença inflamatória intestinal relacionados ao infiltrado inflamatório crônico (p=0,021) Na avaliação histopatológica da mucosa intestinal, observamos resultados estatisticamente significativos na comparação entre os escores histopatológicos intestinais e o grau de atividade clínico da retocolite ulcerativa. Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas na correlação entre as alterações histológicas da mucosa oral e as alterações histológicas na mucosa intestinal dos participantes com doença inflamatória intestinal. Conclusão: A presença de um infiltrado inflamatório na mucosa oral dos participantes com doença inflamatória intestinal é maior que na população geral e parece estar diretamente relacionada à inflamação na mucosa intestinal destes indivíduos. Mais estudos prospectivos e com maior número de participantes são necessários para um melhor entendimento da relação da mucosa oral com os indicadores clínicos sistêmicos, psicométricos e histopatológicos intestinais destes indivíduos.