Expressão de microRNAs Circulantes em Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal:
Outros Autores: De Síbia, Carina de Fátima [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192049
Resumo: Introdução: As doenças inflamatórias intestinais são doenças crônicas representadas principalmente pela Doença de Crohn (DC) e Retocolite Ulcerativa (RCU). A DC caracteriza-se por focos de inflamação transmural que podem afetar qualquer segmento do trato gastrointestinal (TGI).Pode ser classificada em tipo inflamatório, estenosante ou penetrante/fistulizante. Na RCU, a doença é caracteristicamente restrita à superfície da mucosa e submucosa. Os mecanismos envolvidos na patogênese de ambas as doenças ainda são desconhecidos. Ressaltamos a importância de mecanismos de regulação gênica, em particular os microRNAs (miRNAs) que estão envolvidos em processos biológicos importantes, e têm sido evidenciados como biomarcadores com potencial utilidade clínica no diagnóstico, determinação do prognóstico e tratamento dos pacientes. Objetivo: Identificar miRNAs circulantes com expressão significativamente alterada no plasma de pacientes com DC ou RCU, comparando os pacientes respondedores vs. não respondedores ao tratamento. Metodologias: Foram coletadas amostras de plasma de pacientes atendidos no Ambulatório de Doenças Inflamatórias Intestinais do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu e diagnosticados com DC (n=25) ou RCU (n=30). A DC foi classificada de acordo com a classificação de Montreal e a atividade da doença foi baseada no índice CDAI. A RCU foi classificada de acordo com a extensão da doença em proctite, hemicolite esquerda e pancolite e a atividade da doença foi classificada de acordo com o escore de Mayo. O plasma foi utilizado para extração do RNA e quantificação da expressão de miRNAs na plataforma TaqMan Low Density Array. Para análises de dados utilizamos o programa Expression Suite com cut-off de nível de alteração, foldchange (FC) ≥ 2,0 e p<0,05. Adicionalmente, utilizamos ferramentas de bioinformática (mirDIP, miRTarBase e ToppGeneSuite) para interpretação do significado biológico dos dados. Resultados: A idade média dos pacientes com DC foi de 44,4 anos e 60% eram do sexo feminino. Em relação às características clínicas, 64% dos pacientes foram diagnosticados com a doença entre 17-40 anos de idade, 36% apresentam a localização ileo colonica, 40% com comportamento estenosante, 4% apresentavam-se em atividade clínica da doença e 44% estavam em uso de terapia biológica. Identificamos 37 miRNAs significativamente alterados (FC≥2 e p≤0,05) comparados aos indivíduos saudáveis. Em pacientes respondedores ao tratamento, 22 miRNAs estavam com expressão diminuída e 3 com expressão aumentada. Nos pacientes não respondedores, 10 miRNAs estavam com expressão diminuída e 2 com expressão aumentada. Nos pacientes com RCU, a idade média foi de 51,3 anos e 53% eram do sexo feminino, 70% dos pacientes tiveram comprometimento de todo o cólon, 27% apresentavam atividade moderada e 33% dos pacientes estavam em uso de aminossalicílicos. Identificamos 37 miRNAs alterados, dos quais 18 miRNAs estavam com expressão diminuída e 1 miRNA com expressão aumentada em pacientes respondedores ao tratamento. Nos pacientes não respondedores, foram identificados 5 miRNAs com expressão diminuída e 3 com expressão aumentada. Conclusões: Diferentes miRNAs podem constituir biomarcadores preditivos nas diferentes formas de DII: DC e RCU.