Entre realidade e ficção: a alimentação na obra naturalista de Aluísio Azevedo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Pesente, Clarissa Gomes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Niterói
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/13303
Resumo: Aluísio Azevedo ofereceu, em seus romances naturalistas – O Mulato (1881); Casa de Pensão (1884); O Cortiço (1890) – ricas descrições de hábitos alimentares. Essa constatação levou a um questionamento acerca das possíveis contribuições de sua obra para o campo da História da Alimentação. Em um primeiro momento, a orientação naturalista do romancista e sua intenção declarada de retratar a realidade reforçaram a noção de que seus romances teriam caráter de testemunho histórico. No desenvolvimento da análise, porém, essa abordagem se mostrou inadequada e limitante por desconsiderar as especificidades do discurso literário. A evidência de que a descrição dos hábitos alimentares encontrada nas obras não se resumia a uma mera reprodução da realidade fez com que a pesquisa se voltasse para a dimensão propriamente literária da alimentação. O que o presente trabalho oferece não é, portanto, um quadro da alimentação no Brasil de fins do século XIX, mas uma análise das funções literárias que a alimentação desempenha na obra de Aluísio Azevedo. Ao longo dos capítulos, são exploradas as possíveis relações entre o recurso à descrição da alimentação e a estruturação dos elementos narrativos, tais como personagens, tempo e espaço. Foram consideradas, ainda, as concepções do romancista acerca de sua arte, bem como o seu envolvimento com as questões sociais e filosóficas de seu tempo.