Evolução da epilepsia em pacientes implantados com estimulador do nervo vago (VNS) na infância e adolescência: avaliação de desfechos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Vianna, Shaylla Villas Bôas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
VNS
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/35240
Resumo: A epilepsia é uma condição crônica com uma prevalência de 1 a 2 % da população. Habitualmente o tratamento dessa condição é feita com fármacos anticrises (FACs), entretanto cerca de 30% dos pacientes não alcançam liberdade de crises sendo considerados farmacorresistente. Entre os tratamentos utilizados nessa população encontramos a cirurgia ressectiva, dieta cetogênica e a estimulação do nervo vago. A cirurgia ressectiva é a que oferece ao paciente maior chance de liberdade de crises, porém muitos pacientes não são candidatos a ela. Para pacientes que não são candidatos à cirurgia ressectiva de epilepsia, o implante cirúrgico do Estimulador do Nervo Vago (VNS, do inglês Vagus Nerve Stimulation) pode ser uma importante ferramenta. Aproximadamente 40 % das epilepsias iniciadas na infância irão permanecer na vida adulta e a avaliação de como se comportam as terapias para epilepsia nesse grupo é de grande relevância. O principal objetivo deste trabalho é avaliar a evolução da epilepsia em pacientes adolescentes que tiveram o VNS implantado na infância e adolescência com a descrição e correlação das características demográficas e clínicas dos pacientes no momento da implantação do VNS em relação a resposta ao tratamento; estabelecimento de categorias de resposta ao mesmo através da classificação proposta por McHugh et al. (2007); comparação da frequência de crises entre os pacientes implantados antes e após os 11 anos. Para isso, foi realizado um estudo observacional de coorte retrospectivo, que inclui a análise de dados de prontuários anonimizados de pacientes implantados com VNS na infância e adolescência. Os pacientes foram acompanhados entre janeiro de 2019 e janeiro de 2023, no Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer, na cidade do Rio de Janeiro e foram subdivididos em 2 grupos sendo o grupo A caracterizado por pacientes que implantaram o VNS < 11 anos de idade e o grupo B os que implantaram o VNS > 11 anos de idade. Em relação a melhora das crises (resposta > 50%), observamos uma taxa de resposta de 82,4% e 76,9% nos pacientes que implantaram VNS antes e depois dos 11 anos de idade, respectivamente. Observamos que a maioria dos pacientes apresentaram piora das crises após menarca (85,7% nas pacientes que implantaram < 11 anos de idade e 66,7% nas pacientes que implantaram > 11 anos de idade), mesmo pacientes que já haviam tido boa resposta ao VNS. Houve uma redução de mais de 50% no número de pacientes com 4 ou + FACs antes e depois do VNS quando avaliados o total de pacientes. Observamos uma redução de internações por Estado de Mal Epiléptico (EME) em torno de 43,3%, assim como uma melhora nas alterações eletroencefalográficas em torno de 20% no total dos pacientes avaliados. Portanto, o presente estudo concluiu que os principais desfechos vistos na adolescência dos pacientes implantados com VNS foram uma melhora do controle das crises com o VNS, independente de quando foi colocado, mas os resultados são melhores se o implante for ainda na infância; houve uma piora da frequência das crises após a menarca; uma redução do número de FACs utilizados e de EME, assim como uma melhora das alterações eletrográficas dos pacientes após a implantação do VNS.