Custo direto da cirurgia de epilepsia em um hospital público brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Rodrigues, Raíssa Mansilla Cabrera
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/35169
Resumo: INTRODUÇÃO: Apesar de sua eficácia comprovada, a cirurgia de epilepsia permanece amplamente subutilizada, tanto pelo não encaminhamento como também pela escassez de centros especializados. Para a cirurgia são necessários diversos insumos e, como estes não são ilimitados, é importante a obtenção de custos como primeira medida para melhor gerenciamento e tomada de decisões, informação não disponível até o momento no Brasil. OBJETIVOS: identificar o custo direto da cirurgia de epilepsia em um hospital público brasileiro, compara-la ao repasse atribuído pela tabela SUS e avaliar os resultados cirúrgicos em relação a redução da frequência de crises e uso de Drogas Antiepilépticas (DAEs). MÉTODOS: foram avaliados, retrospectivamente, os custos referentes a cirurgia de epilepsia de 20 pacientes e o custo relacionado a DAE antes e após a cirurgia. Comparou-se o resultado com o repasse da tabela SUS e foi obtido ainda os desfechos em relação a redução da frequência de crises, DAE e classificações ILAE, Engel e EFC. RESULTADOS: O custo médio das cirurgias para epilepsia foi de R$ 18.521,21 (US$ 4584,46), sendo R$20.548,00 para calosotomia, R$17.839,61 para lesionectomia e R$17.175,23 para LTA+AH, sendo maior quando utilizada a neuronavegação. A diária hospitalar correspondeu a 52,3% do total da cirurgia, seguido dos gastos com material (25,4%) e pessoal (22,4%). Houve diferença estatisticamente significativa entre o custo real da cirurgia e os valores atribuídos pela tabela SUS (p<0,051), com defasagem variando de 72 a 89%. Em relação aos desfechos, 80% foram classificados como Engel I e houve diferença estatística significativa em relação a redução do número de crises mensais (p=0,001) e do uso de DAEs no segundo ano (p=0,022) quanto para todos os procedimentos estudados. O custo com DAE antes da cirurgia foi de R$ 440,64 ± 534,72 diminuindo para R$ 352,11 ± 535,98 após dois anos do procedimento. CONCLUSÃO: Este é o primeiro estudo de custos relacionados a cirurgia de epilepsia no Brasil. Apesar do alto investimento inicial (≅ 18 a 25mil reais), nosso estudo mostra que a cirurgia de epilepsia além de efetiva em relação a redução de convulsões e DAEs, reduz seus custos em relação aos medicamentos.