Lutas pelo monopólio da aparência: as representações do impeachment de Dilma Rousseff nas revistas Carta Capital e Veja.
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Humanidades - CH PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/10166 |
Resumo: | A presente dissertação se propõe como uma discussão mais geral do papel da mídia nas sociedades, a partir da análise do caso da produção midiática relativa ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. Tomado como um conjunto de imagens capaz de afetar o mundo e a esfera política, na medida em que colocou em circulação espetacularizante determinados símbolos, representações, valores, identidades, que privilegiaram e desprivilegiaram modelos de estruturação da sociedade brasileira em disputa, propomos uma análise da espetacularização da vida social, como discutida por Debord (1988) e da política das representações e imagens, inspirada na perspectiva teórica de Hall (2016), e na crítica imanente adorniana à produção cultural na sociedade industrial. Exercitando o que Hall denominou de interrogatório das imagens, pictóricas e textuais produzidas em torno do fenômeno político aqui destacado, e examinando os valores contidos nelas e além delas, buscamos refletir sobre diferentes formas de representar um mesmo acontecimento. Através da realização de uma análise de conteúdo, focalizamos os corpora de representações elaboradas por dois periódicos de circulação nacional: um autodeclarado contra o impeachment e outro favorável a ele, respectivamente as revistas Veja e Carta Capital, analisando o material nelas produzido e publicado durante os meses de dezembro de 2015 a setembro de 2016. Analisamos as capas e os editoriais de cada uma das revistas, com o propósito de descrever as estratégias discursivas, de cada uma delas, na construção de suas respectivas representações sobre o impeachment. Dentre as principais conclusões do estudo realizado, destacamos as seguintes: (1) referente às capas, a Veja buscou demonstrar que o país afundava numa crise por conta dos governos petistas, enquanto a Carta Capital denunciava uma estratégia da elite para tomar o poder; e (2) as revistas fazem uso ostensivo de recursos e efeitos visuais e textuais, recorrendo a temas, símbolos, signos que compuseram a espetacularização e as representações do impeachment – a Veja, insistindo no mote da corrupção e na mobilização de imagens com o objetivo de associar ao PT à corrupção e à ideia de um legado negativo de seus governos – destacando-se também a produção da desqualificação de Dilma, representada como ‘incapaz’ e mesmo como ‘louca’ e de Lula, como ‘venal’ e ‘corrupto’; a Carta Capital, mobilizando imagens, discursos, símbolos destinados a criar uma representação que associava o fenômeno estudado ao risco à democracia e de retorno da ditadura militar. |