As últimas décadas da escravidão na Parahyba do Norte (1860-1910): escravizados, livres e o movimento abolicionista.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: SOUTO, Pedro Nicácio.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS EM REDE PROFLETRAS (UFRN)
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/35496
Resumo: Esta tese dedica-se a compreender o processo de desagregação da escravidão na Parahyba do Norte entre os anos de 1860 e 1910. A utilização de novas fontes e abordagens propiciou a ampliação do recorte temporal e, além disso, favoreceu a inserção das experiências de vida dos sujeitos envolvidos nos processos sociais que contribuíram para o fim do sistema escravista no lugar. Assim, por se tratar de tema multifacetado e complexo, compreendemos o objeto cognoscível para além de sua dimensão econômica, visando uma compreensão mais ampla do fenômeno. Trata-se de uma província de pequenas e médias propriedades com baixo número de escravizados e com um forte processo de crioulização devido a reprodução interna ocorrida entre os sujeitos ao longo de sua história. Nas últimas três décadas do sistema escravista demonstramos o cruzamento de dois movimentos complementares: o primeiro elaborado por escravizados, suas ações de luta e de resistência; e, o segundo, produzido por homens livres e suas inquietações asseguradas inclusive na construção de instituições antiescravistas. Dialogamos teórica e metodologicamente com a história social do trabalho para compreender os trabalhadores escravizados e livres, bem como os projetos emancipacionistas defendidos pela elite do lugar. Por meio de processos criminais, jornais, relatórios de províncias, documentos policiais e outros documentos, recuperamos mulheres e homens, membros das classes subalternas, em luta por melhores condições de vida visando a autonomia possível na sociedade oitocentista alicerçada no mando senhorial. O compartilhamento de experiências entre escravizados e livres revelaram uma abolição mais complexa e que não se limita ao treze de maio de 1888. As visões de liberdade dos trabalhadores livres no pós-abolição demonstram que o abolicionismo vitorioso não assegurou condições necessárias para que os egressos do cativeiro superassem de fato - não apenas de direito - a escravidão.