Universo letrado, educação e população negra na Parayba do Norte (século XIX)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Barros, Surya Aaronovich Pombo de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-13062017-113159/
Resumo: Trata-se de uma pesquisa histórica sobre a educação da população negra na Parahyba do Norte. A partir dos aportes teóricos da história social e da micro-história, e da contribuição de pesquisas em história da escravidão e da população negra, e de investigações sobre a história da educação, foram consultadas fontes primárias como imprensa, relatórios e documentos da instrução pública, literatura memorialística e arquivos eclesiásticos, a fim de acompanhar a relação entre negros e educação ao longo do século XIX. Partiu-se do expressivo percentual de população negra que compunha a província e da ausência de pesquisas sobre a temática para acompanhar as experiências e iniciativas voltadas para a população negra e as oriundas dessa camada da população no contato com a escola e o conhecimento da leitura e escrita numa sociedade que transitava do domínio da oralidade para o da escrita. Analisaram-se leis e regulamentos da instrução com interdições a não brancos a fim de perceber como a administração provincial lidou com a presença negra e comparou-se esse conjunto com os de outras províncias, inserindo-se a Parahyba do Norte no Brasil Império. Discutiram-se sentidos e significados de ser negro na província, observando-se cores, qualidades e condições jurídicas dos sujeitos da tese, denominados em conjunto como negros e destacou-se a instabilidade entre escravidão e liberdade para esses. Foram enfatizadas, também, outras experiências possíveis para homens negros no período a partir de um conjunto de personagens que se sobressaíram por seu pertencimento à elite educacional da região. Para isso, o fio condutor da análise foi a vida e trajetória de um desses sujeitos, o professor, político e coronel Graciliano Fontino Lordão. Entende-se que para que estes tenham logrado esse destaque na sociedade local, inúmeros outros sujeitos de origem negra se relacionavam com o universo letrado. Acompanhou-se o contato com a leitura e escrita na escola e em outros espaços de aprendizado de pessoas escravas, filhos de homens e de mulheres de cor livres, filhos de escravas, pretos, pardos e mestiços, alunos de instituições para pobres e desvalidos desde o início do período imperial até a abolição da escravidão e proclamação da República. A análise dos rastros que sobreviveram nas fontes primárias permitiu observar a heterogeneidade das experiências negras na Parahyba do Norte e as possibilidades de inserção desse grupo no universo letrado.