A construção da organicidade no MST: a experiência do assentamento 26 de março.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: GOMES, Maria Suely Ferreira.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/11362
Resumo: (MST), a partir de um olhar sobre as praticas dos atores e suas interações, tomando como locus de estudo o Assentamento 26 de Margo, localizado no município de Maraba, Sudeste do Para. Este trabalho visa contribuir com o debate em torno da construção da organicidade no âmbito do MST, ressaltando as praticas sociais, como meio de oferecer um novo olhar sobre a questão. Neste sentido, analisamos a organicidade a partir do contexto da luta pela terra, considerando o modelo proposto de criação de assentamentos rurais. Analisamos a forma como as estruturas organizativas vão sendo construídas pelo MST em áreas de acampamentos e assentamentos de reforma agraria. A construção da organicidade se da a partir de um processo histórico de maneira que se configura e (re) configura a partir das praticas das famílias envolvidas no processo. O estudo demonstrou que a constituição da estrutura organizativa interna do assentamento e considerada o fio condutor para o sucesso e desenvolvimento das famílias acampadas e/ou assentadas. O seu fortalecimento e/ou fragilidade esta ligado ao desempenho das lideranças que coordenam as instancias definidas internamente. Mas as form as organizativas, como os arranjos sociais em geral, são sempre provisorias, susceptível de questionamentos, revisões, adaptações, reorientações, em resposta tanto ao caráter reflexivo da vida social (que implica no monitoramento permanente das praticas) quanto as próprias transformações nas correlações de força entre grupos sociais interdependentes. A experiencia das famílias do 26 de margo revela também as contradições desse processo, em termos de inclusão/exclusão proporcionada pela constituição da organicidade. As exigências de "letramento" são um exemplo dos mecanismos institucionalizados de seleção de lideranças entre os assentados no atual modelo dos núcleos de base. O próprio processo de formação desses núcleos, a partir de critérios localmente adotados de seleção, como trabalho e amizade, resulta nas famílias não-nucleadas.