O projeto de cooperação do MST nos assentamentos da reforma agrária: como se explicam as dificuldades encontradas.
Ano de defesa: | 2006 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Humanidades - CH PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/2247 |
Resumo: | O processo de luta pela formação do Assentamento Mandacaru foi organizado pelo MST, que continua à frente da Associação encarregada de orientar seu desenvolvimento. No entanto, apareceu uma série de problemas que têm dificultado muito a organização dos assentados. As propostas de cooperação do Movimento não conseguiram se desenvolver satisfatoriamente naquele assentamento. Nossa primeira hipótese era que a tradição e os costumes do camponês do Cariri traziam características incompatíveis com aquilo que o movimento entendia ser o ideal para o desenvolvimento do assentamento. De fato, a experiência passada dos assentados bem como as circunstâncias que marcaram a luta pela terra podem explicar certas dificuldades na organização dos assentados e na concretização dos princípios de cooperação defendidos pelo MST. Mas não é o essencial. Nossa pesquisa demonstrou que a maioria das dificuldades se explica pela forma impositiva como as propostas de desenvolvimento são construídas. Falta diálogo com os principais interessados. Desde a elaboração do Plano de Desenvolvimento do Assentamento e a decisão de construir as casas em forma de agrovila (e não nos lotes), até a divisão dos espaços para roçados e a elaboração de vários projetos produtivos, os assentados não foram ouvidos. Além do mais, faltou continuidade no acompanhamento técnico das propostas. Concluímos que a ação coletiva e a cooperação podem ser trabalhadas nas mais diferentes situações, dependendo de como se pretende atingir esse objetivo. O nosso trabalho mostra que não são as diferenças de idéias nem a tradição de um grupo social que vão impedir que novas formas de trabalhar na agricultura possam ser desenvolvidas dentro dos assentamentos. A questão deve estar focada nas prioridades expressas pelos assentados. Os mediadores têm que ouvir os assentados, entender o contexto onde se situam. Para isso, precisa de diálogo entre os mediadores e os assentados, no qual as questões levantadas por estes devem sempre serem levadas em conta. |