Religião, poder e conflitos de gênero: estudo sobre as missionárias da AIECB (Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil).
Ano de defesa: | 2013 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Humanidades - CH PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/4399 |
Resumo: | Na Aliança das Igrejas Evangélicas Congregacionais do Brasil (AIECB) os direitos adquiridos pelos portadores do diploma em Teologia são regulamentados em função do gênero do seu portador e recebem nomenclaturas diferenciadas. Apenas aos homens é permitido exercer a liderança de igrejas e da instituição. Estes são ordenados pastores. As mulheres portadoras do mesmo diploma são credenciadas como missionárias e só podem assumir papéis concebidos como estritamente “femininos”. De acordo com seus líderes, os ministérios femininos restringem-se ao lar (esposa e mãe) e seu ministério eclesial deve ser uma extensão das atividades do lar, qual seja, o ensino a crianças, adolescentes ou o auxílio ao pastor. Toda a estrutura da instituição é direcionada nesse sentido e as mulheres/missionárias introjectam como “natural”. Partimos do pressuposto de que há relações de poder engendradas nesta “regulamentação” cujo propósito é impedir que mulheres teologicamente qualificadas assumam a liderança de igrejas e instituições. Embora a prática do Cristo tenha enfatizado um “discipulado de iguais”, a partir do século I, o cristianismo adotou os valores patriarcais. A AIECB ainda é regulada por estes valores. No contexto atual, ainda que as diferenças formais permaneçam, algumas formas de resistência surpreendem a dominação, principalmente na sutileza com que se afirmam. Argumentamos que as reivindicações das missionárias por maior visibilidade aos seus ministérios e por reconhecimento financeiro, raro no passado, podem ser concebidas como estratégias para irromper a dominação questionando a hegemonia masculina. Como Bourdieu (2003), nos perguntamos quais mecanismos históricos ou forças teriam sido responsáveis pela des-historicização e pela eternização das estruturas da divisão sexual até o momento atual, em que a permanência, a hegemonia e a valorização pública do masculino sobre o feminino não mais se impõem como naturais e indiscutíveis. |