Cariris paraibanos: do sesmarialismo aos assentamentos de reforma agrária. Raízes da desertificação?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: PEREIRA, Daniel Duarte.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Tecnologia e Recursos Naturais - CTRN
PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS NATURAIS
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/5476
Resumo: No Cariri Ocidental da Paraíba, nos anos de 2006-2008, nos Projetos de Assentamentos Rurais Federais Eldorado dos Carajás e Novo Mundo, Feijão/Mandacaru, Serrote Agudo/Zé Marcolino, Pinheiros, localizados, respectivamente, em Camalaú, Sumé, Prata e Coxixola, foi conduzida uma Pesquisa-Ação através da Embrapa algodão/UniCampo/UFCG, com ênfase no processo de desertificação e na predisposição para minimização/mitigação do mesmo. A não precaução ambiental na instalação dos Assentamentos tem levado a fortes expressões de agriculturização e pecuarização e a acentuação da degradação ambiental. Para a adequação ambiental e recuperação de áreas degradadas foram implantadas Unidades de Manejo da Caatinga com Sistemas Agroflorestais, tendo como base a vegetação de caatinga, onde foram introduzidas culturas como o milho, o feijão, o algodão, o capim buffel, a mamona, o sisal, a palma e o mandacaru, procurando-se obter coeficientes agroecológicos. As Áreas Testemunhas, com vegetação de caatinga não perturbada, quando comparadas com Áreas Antropizadas por palma e as consideradas Degradadas, apresentaram os melhores valores para Capacidade de Campo, Água Disponível no Solo, Ca, SB, CTC e MO, valores medianos para MG, Al e H e valores baixos para, P, K e pH. Em todas as áreas (Testemunhas, Antropizadas e Degradadas) os valores de Ca e Mg e as SB’s e CTC’s e os V% apresentaram-se altos. Os Assentados Pesquisados responderam 50% positivamente, e 37,5% de forma mediana, ao manejo da caatinga, como resposta ao desmate/desflorestamento. São gastos 26 dias para manejar 1,0 ha de caatinga permitindo uma economia de 17% para a modalidade plantio de palma, e podem ser obtidas 296 a 351 unidades de produtos florestais e até 1.302 kg/MS/ha no estrato herbáceo, resultantes de uma diversidade florística de 24 espécies e 14 famílias botânicas. As culturas de palma, sisal e mandacaru foram consagradas como adequadas para os Sistemas Agroflorestais propostos, mesmo obtendo-se valores expressivos de produção de milho plantado dentro da caatinga. Ficou explicitado que assentados, técnicos e pesquisadores necessitam de uma melhor adequação às propostas agroecológicas e que, intervenções sociais, econômicas e institucionais podem contribuir para a criação e viabilização de planejamento ambiental capaz de corrigir/mitigar a vulnerabilidade de ambientes e populações e a ocorrência do processo de desertificação em Assentamentos. Entender a caatinga como insumo e não como barreira à produção é uma forma de podar as Raízes da Desertificação, que realmente existem e estão sendo acentuadas pela Reforma Agrária mal planejada e mal executada.