Na retina das agentes penitenciárias, os reflexos do espelho: histórias da revista íntima na Penitenciária do Serrotão (2009-2014).
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Humanidades - CH PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/10636 |
Resumo: | A presente dissertação de mestrado tem por objetivo analisar o procedimento de revista íntima como pedagogização do corpo feminino na Penitenciária do Serrotão, na cidade de Campina Grande-PB, de 2009 a 2014. A referida revista consistia no desnudamento das visitantes dos apenados, seguindo um ritual que contemplava agachamentos sobre um espelho. Sua instituição em unidades prisionais brasileiras teve o fim de garantir que substâncias entorpecentes, aparelhos de telefonia celular, armas e demais objetos proibidos, nesses espaços, não os adentrassem camuflados nos corpos daquelas mulheres. Na pesquisa investigo as razões pelas as quais a vistoria era reservada exclusivamente ao corpo feminino. Enquanto agente de segurança penitenciária que vivenciou in loco os disciplinamentos impostos na sala de revista íntima, viso descortinar o seu cotidiano. Para tanto, reivindico também o ofício de historiadora, e tomo por metodologias a Ego-história e a História Oral. A primeira no sentido de perscrutar as lembranças que me constituíram enquanto sujeito, a segunda, no propósito de ouvir, contar e analisar os discursos e histórias tecidos com base nas memórias das profissionais que ali atuaram. Além disso, apresento fontes documentais, e prossigo na esteira de Foucault, discutindo os conceitos de disciplina, corpos dóceis e poder, trazendo Butler com gênero, Pesavento mediante às sensibilidades, Certeau com lugar praticado, táticas e estratégias, entre outros autores e teóricos. Trato das sociabilidades, abordando as masculinidades que inebriam o ambiente prisional, evidenciando que o corpo feminino, apesar das resistências e fugas, ainda se encontra encarcerado. |