Fabricação de rapadura na Paraíba: estudo socioeconômico.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1986
Autor(a) principal: SANTOS, Madalena Herculano dos.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA RURAL E REGIONAL
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/3075
Resumo: A bibliografia sobre a produção de rapadura, atividade de caráter tradicional, desenvolvida por produtores rurais, indica sua pequena capacidade de expandir-se e/ou manter-se no mercado. Teoricamente, pela lógica do seu desenvolvimento, o capital, quando em processo de expansão, incorpora setores atrasados - transformando-os ou mantendo-os. Essa lógica explica também a situação da agricultura onde, particularmente, subsistem atividades em que parte dos custos de reprodução de sua força de trabalho e provida nos "roçados", permitindo a produção de alimentos e matérias-primas a preços relativamente reduzidos, favorecendo a acumulação de capital na indústria. A atividade rapadureira na Paraíba, exemplo concreto desse processo, foi investigada a partir de uma pesquisa - com observação direta, aplicação de questionários, realização de entrevistas - quando se identificaram 230 engenhos (57 dos quais compõem a-amostra) em visita a 48 Municípios. Na região do Brejo, pode-se perceber que o espaço de atuação dos engenhos foi mantido até enquanto a indústria açucareira permitia, e até certo ponto requeria, a presença da atividade rapadureira, desde que sua organização interna respondia em parte pela disponibilidade de mão-de-obra sazonal e barata, além de fornecer grande parcel a da matéria-prima processada por usinas e destilarias. A elevação da demanda por cana, resultante da expansão da indústria sucro-alcooleira, intensificou as condições de colapso dos engenhos que passaram a simples fornecedores. No Sertão, dadas as condições em que se organiza a economia local, onde a produção de subsistência responde pela maior parte dos custos de reprodução da força de trabalho, a fabricação de rapadura ainda tem certo espaço,apesar dos fatores geoclimáticos adversos à lavoura da cana. Entretanto, o sistema de parceria, historicamente predominante na organização dessa economia, já começa a ser substituído por formas de assalariamento parcial, sobretudo nas atividades em que os produtores conseguem uma maior realização monetária. A análise dos diversos elementos envolvidos na produção rapadureira permitiu concluir que as formas diferenciadas de avanço do capital tem contribuído para desarticulação da atividade no Brejo e para sua persistência no Sertão.