Modernização e crise no setor sucroalcooleiro da Paraíba, 1970-1997.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1997
Autor(a) principal: LIMA, Sérgio Ricardo Ribeiro.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM ECONOMIA RURAL E REGIONAL
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/1850
Resumo: No início dos anos 70, apoiada pelo Estado, o complexo canavieiro-sucro-alcooleiro do país passou por um amplo processo de modernização. A confluência da crise mundial do petróleo em 1973 e a posterior crise da indústria açucareira mundial, a partir de 1974, levou o governo a priorizar a produção de álcool carburante, instituindo o Proálcool em 1975 e incentivando a instalação e modernização de destilarias autônomas e anexas às usinas.. A partir de 1979, com o segundo choque do petróleo, passou a ser incentivada a implantação de destilarias autônomas, ocorrendo uma nova onda modernizante. Esta onda se prolongaria até meados de 1985/86, auge do programa. Apesar da modernização, o setor no Nordeste ainda se caracteriza por uma baixa produtividade, o que traz como consequência uma baixa competitividade em relação ao Centro-Sul e a dependência do complexo canavieiro dos subsídios estatais. A hipótese levantada é que a modernização do setor não se deu de forma plena, sendo a baixa * produtividade no setor agrícola. O objetivo do estudo foi analisar a questão da permanência da baixa produtividade e a crise em que se encontra o setor no estado da Paraíba. Foram coletadas informações através da aplicação de questionários e entrevistas com gerentes industriais e agrícolas, entre outros, em 3 usinas e 5 destilarias, como também visitamos 3 usinas paralisadas; fizemos visitas aos estabelecimentos industriais, conhecendo as instalações de cada empresa. Levantamos e analisamos dados secundários através da ASPLAN, SINDALCOOL, IBGE, e em outros trabalhos sobre o setor. Pudemos observar que as destilarias autônomas, em sua maioria, utilizam padrão tecnológico moderno, em suas instalações e a informatização e automação em alguns setores da produção. Algumas destilarias diversificaram suas atividades, produzindo além do álcool automotivo, álcool refinado (neutro) para as indústrias de bebidas, cosméticos, farmacêutica e perfumarias, sendo em maior volume exportado. A indústria alcooleira tem racionalizado suas atividades") através do maior uso dos subprodutos da cana, como o bagaço da cana, sua re-utilização e revenda para outras usinas e venda de energia elétrica para empresas locais; produção e utilização de leveduras no processo de fermentação. As usinas, por seu lado, apresentam um padrão tecnológico arcaico, em suas instalações e em seus equipamentos, com poucas mudanças, estando o parque industrial sucateado. No setor agrícola existe a utilização de equipamentos modernos em algumas tarefas, a utilização de insumos químicos e de variedades de cana com maior teor de sacarose, outras adaptadas ao solo e clima ou resistentes às pragas, assim como inovações na produção das tarefas de cultivo da cana. Porém, o setor carece ainda mais do uso de variedades de cana que congreguem numa única variedade as três qualidades acima assinaladas. Em contrapartida, temos as condições edafo-climáticas desfavoráveis à atividade, não possibilitando maiores níveis de produtividade, mesmo com o uso intensivo de insumos químicos modernos, onerando os custos. Por fim, temos que mesmo face à racionalização do processo de produção e modernização do setor em geral, não se tem uma resposta safisfatória em termos de produtividade. As destilarias enquanto diversificaram sua produção e se modernizaram, nas usinas não aconteceu o mesmo, permanecendo arcaicas e sentindo o maior reflexo da crise, com os sucessivos fechamentos. A falta de subsídios, a relação custo/preço do açúcar não compensatória associados a baixa produtividade, juntamente com a evolução do endividamento e o corte no crédito, ou quando existem, a juros altos, tem inviabilizado a atividade açucareira no estado. O setor alcooleiro tem atenuado a crise graças à diversificação da produção, racionalidade no processo produtivo e modernização.