Falas de liberdade: um estudo sobre o discurso camponês de liberdade.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1992
Autor(a) principal: SOUSA, Fábio Gutemberg Ramos Bezerra de.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/2252
Resumo: O objetivo básico desse estudo é fazer uma análise sobre os diversos significados que circulam em torno das "Falas de Liberdade", bastante presentes entre camponeses. Realizamos pesquisa de campo entre os anos de 1990 e 1992 na zona rural do município de Sumé, Cariri Paraibano. Durante esse período, visitamos e mantivemos contatos com diversos grupos camponeses. Fizemos entrevistas, histórias de vida e observação direta em um grupo. O material coletado em campo nos proporcionou meios para analisar alguns significados das falas camponesas. E especificamente das “Falas de Liberdade”. Fazendo-nos despertar para o significado estratégico de falas e práticas de grupos sociais em determinados contextos. E foi associando as falas camponesas sobre a seca, a terra, o trabalho, as viagens e as diversas experiências vividas pelo grupo ou por alguns de seus membros, que construímos “um discurso camponês de liberdade”. Discurso em que a luta pelo domínio e controle do tempo e do espaço aparecem como aspectos essenciais na vida de um grupo camponês do semi-árido nordestino. Discurso em que cada palavra e cada atitude, conscientes ou não, sempre se voltam para a defesa, a consecução de projetos de “liberdade”. Estes, têm significados diversos: dizem respeito à alimentação que têm ou que falta e também às viagens que são obrigados a fazer ou às que desejam realizar e não podem; chamam a atenção para a importância de poderem passear dentro de suas terras e desfrutarem de um espaço “livre” em que trabalham, andam, brincam e dormem sem ter que dar satisfações a outras pessoas, mas que também pode se transformar, em determinados momentos, em “terra de escravos”. Em um espaço “pequeno” e que não lhes proporciona o suficiente para a reprodução da família, o que os obrigam a ir “trabalhar no dos outros”. Chamamos a atenção, também, para o fato de que estudamos um grupo camponês situado em uma área marcada entre outras coisas pelo “fenômeno da seca”. Mesmo não devendo ser transformado no único e nem mesmo principal dado para se entender o significado da “liberdade”, consideramos ser um dos definidores da singularidade do grupo pesquisando, o que com certeza marca suas “Falas de Liberdade”.