O boi engolindo gente: estudo do processo de pecuarização recente no Brejo de Areia, Paraíba.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1990
Autor(a) principal: AMORIM, Leonília Maria de .
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/4508
Resumo: Esta dissertação trata de analisar o processo de pecuarização recente no Brejo de Areia, na Paraíba. Toma como ponta de partida a ocupação do espaço no século XVIII, pela pecuária, agente pioneiro de um primeiro esboço do sistema socio-econômico desta microrregião. Como ativida de acessoria, distanciada dos mercados, sem muitas implicações com gastos correntes, o criatório bovino integrou, com seus currais, logo metamorfoseados em fazendas - como sendo produtos da divisão social do trabalho-não so o Brejo de Areia ao Agreste Paraibano, mas todo o interior nordestino. No desenrolar do século XIX, a atividade pecuária brejeira, mesmo dotada de versatilidade - a venda do gado em pé; das carnes verde e salgada nos mercados e feiras-livres ou dos produtos derivados, e negligenciada no Brejo, devido a uma série de fatores endógenos, tais como a umidade do solo, o relevo acidentado, a proliferação de verminoses, de carrapatos e plantas tóxicas. Durante algumas décadas do século XX o Brejo de Areia se transforma no "Celeiro do Sertão" e seu espaço passa a ser caracterizado pela monocultura canavieira, que se expande a passos largos, chegando a propiciar a instalação de uma Usina, a Santa Maria, para a produção de açúcar e, posteriormente, uma destilaria para a produção do álcool. Porém, na década de setenta, após calorosas discussões, a atividade pecuária volta ao Brejo de Areia, não como atividade acessoria, mas como atividade comercial, lucrativa e subsidiada pelo Estado, nos moldes da "Modernização Conservadora", que concedeu grandes privilégios ao setor agropecuário em detrimento da agricultura, especialmente a de subsistência. No Brejo de Areia, ao contrario do que apregoava o "Milagre Brasileiro", o processo de pecuarização recente aumentou a monopolização da terra, expropriou o homem do campo e prejudicou o setor agrícola. Essas consequências foram provocadas tanto pelos altos pregos da carne e do leite, quanto pelos mínimos gastos com os encargos sociais e a força de trabalho.