Diversidade de lagartos e serpentes de um brejo de altitude no Nordeste do Brasil e influência de variáveis ambientais.
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Saúde e Tecnologia Rural - CSTR PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/22035 |
Resumo: | Os Brejos de Altitude, localizados ao norte do Rio São Francisco, são remanescentes do bioma Mata Atlântica que surgiram no Pleistoceno, estando cercados pelo bioma Caatinga e atuando como refúgios para uma fauna de répteis e anfíbios de característica ombrófila, mantendo grande afinidade com espécies que compõem a fauna de florestas neotropicais e que possivelmente inclui algumas espécies de áreas secas. Contudo, a maioria dos brejos ainda não teve sua herpetofauna inventariada, resultando em um insuficiente conhecimento a respeito desse grupo na Mata Atlântica de elevada Altitude do Nordeste. Além disso, tendo em vista que os fatores abióticos possuem grande influência sobre as comunidades, inclusive de lagartos e serpentes, o presente estudo objetivou inventariar a taxocenose de lagartos e serpentes do Refúgio de Vida Silvestre Matas do Siriji (RVSMS), um Brejo de Altitude localizado no estado de Pernambuco, Nordeste do Brasil, bem como analisar a influência de variáveis ambientais locais sobre tal grupo. Foram selecionados três ambientes na área e os métodos utilizados para registro dos animais foram transectos limitados por tempo, armadilhas de queda, encontros ocasionais e relato/registro por terceiros. As variáveis ambientais (abióticas e vegetacionais) foram coletadas através de parcelas distribuídas em cada ambiente. Apenas aquelas espécies registradas por transectos limitados por tempo, armadilhas de queda e encontros ocasionais foram utilizadas para análises de influência das variáveis ambientais. Foram registradas 13 espécies de lagartos e 25 de serpentes, mas a curva do coletor não atingiu a assíntota. O número de avistamentos e a riqueza dos três ambientes não diferiram significativamente. A pluviosidade apresentou relação negativa com o número de avistamentos (r= -0,556; p= 0,061) e com a riqueza (r= -0,506; p= 0,093), mas não significativa. O conjunto das variáveis que correlacionaram com a riqueza e composição em cada ambiente foi diferente, e algumas dessas variáveis diferiram significativamente entre período mais chuvoso e menos chuvoso. Assim, a pluviosidade afetou diretamente e indiretamente algumas variáveis ambientais locais, e essas, por sua vez, influenciaram a estrutura da taxocenose. O RVSMS possui 35,51% das espécies de lagartos e serpentes do Estado de Pernambuco, ocupando o quarto lugar em número de espécies do estado. Levando em consideração, a categoria de risco de extinção, o nível de informação e a distribuição geográfica, dez espécies merecem maior atenção: S. torquatus, E. cephalomaculata, E. cephalostriata, B. bilineatus, L. muta, D. atlantica, A. arenensis, M. lemniscatus, X. rhabdocephalus e D. variegata. O RVSMT comporta uma rica e ainda subestimada fauna que se encontra ameaçada pela agricultura e pela caça, atividades que afetam direta e indiretamente a biodiversidade local, sendo urgente a aplicação de medidas de proteção adequadas às Unidades de Conservação, as quais vêm sendo negligenciadas. |