Distribuição e abundância de anfíbios e répteis neotropicais em paisagem silvicultural em São Paulo, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Lopes, Paula Caroline
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/91/91131/tde-25102010-142646/
Resumo: A maioria dos estudos sobre biodiversidade realizados no Brasil é desenvolvida em remanescentes de vegetação nativa. Entretanto, estudos recentes sugerem que paisagens agrícolas suportam uma considerável biodiversidade. O estado de São Paulo, região sudeste do Brasil, apresenta extensas áreas de pastagens, ainda sendo este o seu principal uso de solo, seguido por canaviais e eucaliptais. Este estudo foi desenvolvido nas Fazendas Três Lagoas e Arca, localizadas na bacia do Alto Paranapanema. A área inicialmente utilizada como pastagem (Brachiaria spp.) foi parcialmente substituída por plantações de eucalipto durante o período de agosto de 2006 a fevereiro de 2008. Neste estudo foram levantados anfíbios e répteis em 30 unidades amostrais contendo armadilhas de interceptação e queda distando um quilômetro uma das outras. Foram amostrados três ambientes distintos: eucaliptal (18 unidades amostrais), vegetação nativa (7 unidades amostrais) e pastos abandonados (5 unidades amostrais), resultando num esforço total de 4.977 armadilhas·dia em 23 campanhas mensais, entre agosto de 2007 e julho de 2009. Para análises dos dados foram consideradas como variável independente os ambientes (eucaliptais, pastos abandonados e vegetação nativa) e como variáveis dependentes a riqueza e abundância de anfíbios coletados nas armadilhas. Foram detectadas nas armadilhas 23 espécies, sendo 18 de anfíbios anuros (13 nos eucaliptais, 11 nos pastos abandonados e 10 na vegetação nativa) e cinco de répteis (três nos eucaliptais, três nos pastos abandonados e três na vegetação nativa). Surpreendentemente, a vegetação nativa apresentou menor riqueza de espécies que o eucaliptal e o pasto abandonado, possivelmente em função de seu precário estado de conservação. Esta relação foi marginalmente significativa para abundância. A distribuição temporal das espécies foi heterogênea, concentrando os encontros na época quente e chuvosa. Adicionalmente, foram complementadas as listas de espécies por meio de busca ativa e encontros ocasionais, totalizando assim 49 espécies para a área de estudo, sendo 31 de anfíbios e 18 de répteis. Nos eucaliptais, a distância em relação ao corpo dágua e vegetação nativa mais próximos não tiveram influência na distribuição das espécies. Os resultados obtidos, aliados ao atual contexto alteração do uso da terra, demonstram que as paisagens silviculturais, cuja matriz são eucaliptais, podem ter um razoável valor conservacionista.