Diversidade e ecologia espaço-temporal de uma taxocenose de lagartos e serpentes em uma área da Caatinga, Nordeste Brasileiro.
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Saúde e Tecnologia Rural - CSTR PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS FLORESTAIS UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/3643 |
Resumo: | As ações antrópicas têm causado danos ao meio ambiente, uma vez que há desamparo técnico-científico por parte do ser humano tornando a utilização de recursos por vezes agressiva à natureza. Nesse contexto, é considerado de valia científica conhecer a fauna de áreas sem amostragem e aplicar às espécies encontradas, metodologias de ecologia para que se possa compreender como os agrupamentos de espécies estão distribuídos na natureza e como são influenciados por fatores abióticos e pelas interações entre populações. Os répteis Squamata são considerados organismos modelo para esse tipo de pesquisa. O alvo deste estudo foi investigar sobre a diversidade e a ecologia de uma comunidade de répteis Squamata em uma área de Caatinga, na Reserva Ecológica Verdes Pastos (REVP), São Mamede, Paraíba, Brasil. O trabalho de campo foi conduzido entre setembro de 2016 até agosto de 2017, sendo cada expedição mensal e com duração de três dias. Três métodos foram considerados para a obtenção de dados, sendo a “procura visual limitada por tempo” o principal método. As análises estatísticas para com os dados contemplaram a riqueza e abundância das espécies e também, o nicho temporal e espacial. No que se refere à diversidade, a REVP apresenta uma riqueza de 27 espécies de répteis Squamata. A riqueza observada foi inferior à estimada pelos estimadores. A distribuição das abundâncias ajustouse ao modelo de log-normal. As espécies dominantes foram Ameivula ocellifera (n= 543; 37,5%) e Tropidurus hispidus (n = 333; 22,3%). No estudo da ecologia da comunidade foram observados 1448 avistamentos distribuídos em indivíduos de 23 espécies, sendo de 14 espécies (8 Famílias) de lagartos e 9 espécies (4 Famílias) de serpentes. Os répteis foram observados utilizando 40 tipos de microhabitats, sendo o microhabitat “serapilheira entre/sob estrato herbáceo sazonal” mais utilizado pela comunidade estudada (N= 317; 21,95%). A espécie com maior largura de nicho espacial (micro-habitat) e temporal foi Brasiliscincus heathi (BM = 0,690; BTBhe = 0,710). Foram observados elevados índices de sobreposição de nicho espacial e temporal entre serpente Leptodeira annulata e quatro espécies de lagarto. Foi constatado que as condições atmosféricas influenciam na atividade dos indivíduos avistados. Não houve diferença significativa entre a pluviosidade e a abundância (rs = 0,9378 t= 8,5414 p = 0,0001). Esta pesquisa foi a segundo a registrar duas espécies de Micrurus em uma área de Caatinga trazendo à tona uma problemática taxonômica sobre o gênero Micrurus no bioma, implicando em questões de conservação. São necessários mais estudos de levantamento de fauna de répteis Squamata, e talvez ainda mais urgente, seja realizar estudos sobre a ecologia de comunidades desses organismos em áreas de Caatinga, uma vez que muitas lacunas de conhecimento precisam ser preenchidas e a constante degradação do bioma põe em risco as informações ainda não descobertas. |