Condições do reúso dos efluentes finais das ETE'S do Estado da Paraíba.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: MEDEIROS, Giselaine Maria Gomes de.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Tecnologia e Recursos Naturais - CTRN
PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/3813
Resumo: O presente trabalho teve como objetivo avaliar as condições de reúso dos efluentes finais de dez ETE’s localizadas nos municípios de João Pessoa (Róger e Mangabeira), Guarabira, Sapé, Campina Grande, Monteiro, Itaporanga, Patos, Sousa e Cajazeiras - PB frente os padrões recomendados da Organização Mundial da Saúde. O período experimental (ago/2000 a mai/2004), foi dividido em 4 períodos climáticos de seca e em um único período de chuva. As variáveis avaliadas foram pH, CE, STD, amônia, coliformes termotolerantes, Escherichia. coli, ovos de helmintos; a RAS e a salinidade foram calculadas, para avaliar o problema potencial de infiltração e o risco de salinização do solo, respectivamente. Os resultados obtidos foram submetidos (1) a técnica estatística do “box-plot”; (2) a análise de variância (ANOVA) fator único, com nível de significância 5%; (3) o método gráfico GT-2 que compara simultaneamente as várias médias. A classificação de Riverside foi aplicada para definir as categorias de uso do efluente final, quanto a sua salinidade e a sodicidade. O pH da maioria dos efluentes finais esteve dentro da faixa ideal para irrigação de 6,5 a 8,4. Quanto à salinidade (avaliada através da CE e dos STD), somente os efluentes das ETE’s de Sousa (seca 2) e de Cajazeiras (seca 2, seca 3 e chuva) não apresentaram restrições de uso, para os demais a restrição foi de ligeira a moderada. Na avaliação do nível de salinidade somente através dos STD, os efluentes finais apresentaram salinidade de média a alta. Na avaliação dos problemas potenciais de infiltração (CE e RAS), os efluentes finais das ETE’s de Cajazeiras, Itaporanga, Róger, Sapé e Sousa (seca 3), de Cajazeiras, Itaporanga, e Sousa (seca 4) e Cajazeiras, Guarabira, Itaporanga, Mangabeira, Monteiro Sapé e Sousa (chuva) apresentaram um grau de restrição de uso de ligeiro a moderado enquanto que as demais ETE’s não apresentaram restrição de uso. De acordo com a classificação de Riverside, nas secas 3 e 4, a maioria dos efluentes finais se enquadrou em C3 – S1 e C3 – S2 e no período de chuva, na classificação C2 – S1, C3 – S1 e C3 – S2. Independente de período climático, os efluentes finais das ETE’s se enquadraram nas classificações de C3 – S1 (Mangabeira e Róger), C3 – S1 e C3 – S2 (Campina Grande, Guarabira e Sapé) e C2 - S1 (Cajazeiras). Na maioria dos efluentes, as concentrações de amônia estiveram acima do padrão de qualidade recomendado de até 30mg/L de nitrogênio amoniacal. A qualidade microbiológica dos efluentes finais não atendeu aos padrões sanitários da OMS (WHO, 1989) devido ao excesso de coliformes termotolerantes (> 1000CF/100mL), sendo impróprios para irrigação irrestrita apesar dos ovos de helmintos estarem ausentes. A análise de variância demonstrou que houve diferenças significativas entre os grupos nos parâmetros pH, CE, STD e amônia para o período de seca e de chuva. Os efluentes finais eram ricos em amônia e apresentaram excesso de coliformes termotolerantes, que estão sendo lançados em rios e riachos contaminando os corpos receptores e o meio ambiente. Os padrões mais recentes da Organização Mundial da Saúde (WHO, 2006), para reúso irrestrito e restrito contemplam várias opções de reúso (cada uma delas com concentrações máximas de E.coli, desde que não excedam 106/100mL) juntamente com vários tipos de tratamento de esgoto e manejo agrícola (técnicas de irrigação e culturas a serem irrigadas). Neste trabalho, somente os efluentes finais de Cajazeiras (secas 3, 4 e chuva), Mangabeira (secas 3 e 4 e chuva), Itaporanga e Sousa (seca 3), Sapé e Sousa (seca 4) estiveram inseridos em algumas das opções sugeridas pela OMS. Os demais efluentes finais não se enquadraram em nenhuma opção, por apresentarem valores superiores ao padrão de 106 E.coli/100mL, sendo impróprios para a qualquer tipo de irrigação, apesar dos ovos de helmintos estarem ausentes nos efluentes finais de todas as 10 ETE´s avaliadas.