Quando o território desconstrói o mapa: um encontro entre ciências sociais, arte e comunicação.
Ano de defesa: | 2018 |
---|---|
Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Humanidades - CH PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/2194 |
Resumo: | O objeto de estudo deste trabalho é o espetáculo Agreste e seus efeitos. Estes perseguem o tema central do trabalho: como a diferença vem sendo tratada na sociedade contemporânea, isso abrange não somente o campo de pesquisa, como também o acadêmico, uma vez que as ciências sociais se veem desafiadas pelos estudos da diferença, sobretudo no que se refere aos estudos feministas, poscoloniais, decoloniais, de raça e etnia, diásporas, queer, entre outros que na virada da pós-modernidade começam a questionar como as minorias vêm sendo representadas, revendo ou mesmo recusando diversos conceitos e perspectivas quando estas reproduzem a diferença. O processo de subjetivação e as formas de interpelações vividas nas searas científicas e no campo de pesquisa entram nessa discussão para se problematizar o campo cientifico, ou mesmo a possível formação dos sujeitos da pesquisa, assim que a tese se propõe dar conta dos efeitos do espetáculo, analisando tanto contexto social quanto científico, ambos pesquisados de modo simétrico (LATOUR, 1994). Deste modo, a partir dos efeitos deste objeto (Agreste) é possível verificar enunciações que sugerem regimes racionais, assim como perceber a erudição como capitais culturais, simbólicos, sociais e econômicos, e por isso mesmo, a peça é usada como o fio condutor, e a partir de seus efeitos iremos nos debruçar na relação mapa-território que permeia e produz a subjetividade. O trabalho procura trazer os mapas mentais, teóricos e abstracionais, as formas, subjetivações e habitus (FOUCAULT, 1995; BOURDIEU, 2007) para verificar se no vivido ou no território essas representações imagéticas e discursivas alcançam alguma dimensão social, ou seja, na teatralidade social do dia-a-dia vamos descobrindo os odores sociais, a parte maldita e para isso nos apoiamos na antropologia do vivido que investiga os elementos que subjazem as aparências, as formas, os mapas para ver o que compõe o território (MAFFESOLI, 1998). Também nos reapropriamos da perspectiva do ser afetado que utiliza a participação como forma de conhecimento (FAVRET-SAADA, 2009), tanto no contexto social quanto acadêmico, nas quais essas experiências como espectadora e pesquisadora são usadas para emitir os paradoxos, cujos efeitos do espetáculo emergiram como um meio para analisar como gênero, geração, raça, renda/classe, sexualidade são tomados no campo teórico e no campo de pesquisa, de modo que interseccionaremos esses marcadores sociais da diferença a partir de dados recolhidos no campo de estudo. Este percurso experiencial, a partir e no contato com a peça, entra em análise para discutir a produção de subjetividades e refletir como a ciência e o pesquisador são partes essenciais que geram regimes de racionalidades (FOUCAULT, 2003) que referendam também a maioria do público entrevistado, ou seja, reproduzem discursos / mapas que nem sempre alcançam o território, mas vamos a ele para compreender os paradoxos dessa socialidade, isto é, verificar quais são os elementos que formam o social e nos elucidam questões sobre o tema da tese. Deste modo procuramos perceber não só o que “deveria ser” – este representado pelos discursos, formas, aparências, mapas, teorias - para ver como são no vivido, ou seja, quais são as práticas e ações. Nesta relação é possível verificar as contradições em que a diferença vem sendo tomada. Este trabalho também utiliza uma comunicação que pretende fazer da tese um agente de mediação cultural, isso quer dizer que entre um emissor que elabora e um receptor que reelabora, a partir da leitura se reconhecem iguais ou diferentes, mas que fazem parte (singulares) do mesmo processo: a sociedade que estamos a construir. |