Efeitos dos estereótipos no teletandem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Buvolini-Freitas, Paola de Carvalho
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/191527
Resumo: Teletandem é um contexto virtual, autônomo e colaborativo de aprendizagem de línguas estrangeiras. Neste contexto, pares de aprendizes ajudam um ao outro no processo de aprendizagem da língua-alvo. Esta tese está contextualizada na área de ensino e aprendizagem virtuais de línguas estrangeiras via teletandem. Durante as interações nesse modo de telecolaboração (teletandem), ocorridas em Assis com brasileiros e estadunidenses ou indivíduos de outras nacionalidades que viviam nos EUA, assumimos que os alunos fazem uso de vários estereótipos à medida que interagem interculturalmente para aprender o idioma um do outro. A tese que norteou o estudo é que esses estereótipos podem ser caracterizados e que seus efeitos podem ser usados para a construção de uma mediação crítica da sessão de teletandem pelo professor de língua estrangeira. Dentro desse contexto telecolaborativo de aprendizagem linguística e intercultural, os objetivos do estudo foram: a) verificar os efeitos dos estereótipos no contexto do teletandem. Nosso argumento, aqui, é que o estereótipo se apresenta como um símbolo da cultura nacional do participante de teletandem. O estereótipo é a representação metonímica da identidade nacional do aluno. Por serem recorrentes, os estereótipos tornaram-se evidentes e começamos a pensar em como eles poderiam ser abordadas pelo professor-mediador durante as sessões de mediação teletandem. Assim, nosso segundo objetivo surgiu: (b) descrever uma prática crítica de mediação que incentive os participantes e outros interagentes a não sedimentar estereótipos excludentes. Essa prática é apresentada através da Cartografia das Identidades que é um dos efeitos pedagógicos da recorrência dos estereótipos no teletandem. Teoricamente, fundamentamo-nos em (1) os estudos realizados por Telles (2015), Vassallo e Telles (2009), Andreu-Funo (2015, 2018) com notas sobre teletandem, mediação, identidades e performatividade; (2) na Teoria da Performatividade de Butler (1990, 1993, 2004, 2015), com foco nos processos constitutivos de citacionalidade e iterabilidade do discurso dos interagentes e indicadores de interpelação de Althusser (1970); (3) nos estudos sobre estereótipos de Lippmann (2008), Pereira (2002), Mazzara (1999), Baccega (1998), Cabecinhas (2017) e Franco & Rampazzo (2016). Para a delimitação de instrumentos de geração de dados, adotamos a definição de tarefa de Nunam (1989), de Gonzalez-Lloret & Ortega (2014) e Rampazzo e Aranha (2018). As teorias que sustentam a prática pedagógica crítica da mediação trazida nessa tese são de Freire (1996), Pennycook (2004), Liberali (2012). A metodologia está fundamentada no paradigma da pesquisa qualitativa. Utilizamos o Estudo de Caso e a Teoria Fundamentada nos Dados de Charmaz (2009). A partir dos dados coletados, chegamos a parâmetros plausíveis de uma prática de mediação no teletandem. Os participantes da pesquisa foram 8 estudantes brasileiros e 8 estudantes estadunidenses, participantes frequentes das interações e mediações. As tarefas foram usadas como instrumentos de coleta de dados. Foram dois questionários, diários semanais, gravação de uma mediação após a interação, a mediação com os interagentes brasileiros no final das sessões de teletandem e outra mediação de Zoom com os interagentes estrangeiros. A partir dos dados analisados, concluímos que (a) os participantes do estudo usaram estereótipos nacionais para aproximar os parceiros no contexto da comunicação transcultural e (b) os efeitos dos estereótipos afetam a concepção de língua que permeia a interação, o binarismo Eu – Outro dos parceiros na constituição identitária e subjetiva dos interagentes e mediadores e a aprendizagem pela differánce. O Outro precisa ser diferente para cumprir o objetivo da aprendizagem em conjunto, que é a aprendizagem pela differánce.