Intoxicação por Poiretia punctata em ruminantes e megasôfago de provável origem tóxica em ruminantes.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: NASCIMENTO, Eduardo Melo.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Saúde e Tecnologia Rural - CSTR
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E SAÚDE ANIMAL
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/25456
Resumo: No Brasil, atualmente, o número de plantas tóxicas é de 131 espécies e 79 gêneros e aumenta permanentemente. Na região Nordeste há inúmeras plantas que causam intoxicação, já que há uma prolongada estação seca e muitos pecuaristas criam ovinos, caprinos e bovinos em pastagens nativas ou cultivadas, em sistema extensivo ou semiextensivo. Os surtos podem acontecer em diversas situações que dependem do acesso a planta no local, palatabilidade, facilitação social, fome, período de ingestão e dose tóxica dentre outros. O impacto negativo causado pelas intoxicações por plantas na pecuária justifica o desenvolvimento nas últimas décadas de um grande número de pesquisas para caracterizar a epidemiologia e desenvolver tecnologias de controle e profilaxia dessas intoxicações. Esta dissertação é formada por dois artigos originais: o primeiro, submetido à Toxicon, descreve a intoxicação por Poiretia punctata em ovinos e bovinos no estado de Sergipe. P. punctata é uma leguminosa, conhecida popularmente como “pela bucho”, descrita por produtores como responsável por intoxicações e mortes de bovinos e ovinos no estado de Sergipe. Nove propriedades foram visitadas para coletar dados clínicos e epidemiológicos, entre os anos de 2010 e 2012. Normalmente os animais eram encontrados já mortos ou morriam após um curso clínico de até 18 horas. Os sinais clínicos quando observados eram de andar cambaleante e quedas repentinas, muitas vezes seguidas de morte. A doença foi reproduzida experimentalmente em dois ovinos que receberam 40 g/kg de peso vivo da planta fresca e apresentaram apatia, andar cambaleante e perda de equilíbrio, ataxia, aumento da base de sustentação e cabeça baixa, ingurgitamento da jugular, quedas, trismo mandibular, opistótono, nistagmo, decúbito esternal evoluindo para decúbito lateral e movimentos de pedalagem. Os animais morreram após curso clínico de 3 e 8 horas, respectivamente. Dois bovinos que receberam 20g/kg de peso vivo, apresentaram apatia, anorexia e permaneceram deitados olhando para o flanco recuperando-se posteriormente. Não foram encontradas lesões macroscópicas nem histológicas de significação. Conclui-se que P. punctata é uma planta tóxica que causa morte em ovinos e bovinos no estado de Sergipe. O segundo artigo submetido à Ciência Rural relata casos coletivos de megaesôfago em ovinos, caprinos e bovinos no estado da Paraíba. Megaesôfago uma enfermidade rara em ruminantes caracterizada por regurgitação do conteúdo ruminal. Neste trabalho descrevem-se dois surtos de megaesôfago em bovinos ovinos e caprinos. Em uma propriedade no município de Ibiara ocorreram 18 casos de megaesôfago em bovinos, com 12 mortes, em um rebanho de 200 animais. Em outra fazenda ocorreram dois casos em ovinos e um em caprino, de um rebanho de 50 caprinos e 40 ovinos, todos machos reprodutores. Todos os animais apresentaram regurgitação do conteúdo ruminal e emagrecimento, mas a evolução da doença foi diferente; enquanto os caprinos e ovinos apresentaram uma forma crônica, com evolução de vários meses, os bovinos apresentaram uma forma aguda, com evolução de 3-8 dias. Nas necropsias todos os animais apresentaram megaesôfago. Ao exame histológico observou-se necrose muscular segmentar no esôfago e músculos esqueléticos. Os dados epidemiológicos e a patologia sugeriram que a doença poderia ter sido causada por alguma planta tóxica, mas não foram encontradas plantas conhecidas por causarem necrose segmentar muscular nas áreas onde ocorreu a doença.