A abordagem intercultural na formação de Professores de FLE: entre as representações sociais e o paradigma reflexivo.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: CORREIA NETO, Lino Dias.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGUAGEM E ENSINO
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/27253
Resumo: O componente cultural tem ocupado amplo espaço nas discussões em linguística aplicada. Admitindo sua importância no processo de ensino e aprendizagem de uma língua estrangeira (LE), muitos estudos se destinam à análise do espaço e da abordagem dada a esse componente. A intervenção da proposta intercultural para o ensino de LE é uma abordagem que possibilita vasta abertura para tratar das culturas envolvidas no processo de ensino e aprendizagem com respaldo na alteridade. Abordar cultura e interculturalidade direciona nossa discussão para um aspecto que tem o seu espaço evidente nas relações interculturais: a representação social. Diante dessa modalidade de ensino e aprendizagem de LE, existem algumas competências específicas que são requeridas pelos sujeitos inseridos no contexto de ensino e aprendizagem e, nesse contexto, o professor ganha um papel ativo enquanto mediador entre a cultura materna e as culturas estrangeiras. Nesse sentido, a formação inicial que possibilita uma futura atuação docente amparada pela interculturalidade é o vetor de motivação deste estudo. Caracterizando-se como uma pesquisa qualitativa interpretativista (BAZARIM, 2008; BORTONI-RICARDO, 2008; REES, 2008), temos o objetivo de investigar, na formação inicial de professores de francês língua estrangeira (FLE), as representações sociais sobre as culturas da língua francesa e as representações sobre o ensino e aprendizagem desse componente. Partiremos do pressuposto que tratar o elemento intercultural no ensino e aprendizagem de LE implica uma reflexão, na formação inicial, sobre as representações e o papel que elas ocupam na construção do paradigma de ensinar e aprender uma língua-cultura estrangeira. Portanto, para essa análise, nos apoiaremos no paradigma reflexivo para formação profissional (ZEICHNER, 1993; SCHÖN, 2000). Nosso contexto de estudo é composto por dezoito professores de francês em formação inicial de duas instituições públicas de ensino superior do estado da Paraíba. Dividido em duas etapas, na primeira, fizemos um levantamento das representações sociais (JODELET 1999, 1994; MOSCOVICI, 1990; ABRIC, 2004) desses professores, baseando-nos em uma categorização dos campos representacionais proposta por Boyer (1995), bem como das suas representações sobre o tratamento do componente cultural no processo de ensino e aprendizagem. A segunda etapa é constituída por uma amostragem de quatro informantes que se depararam, em uma sessão reflexiva, com as informações obtidas na primeira parte da nossa coletada de dados. Os resultados obtidos e analisados mostram que os professores em formação inicial não estão passíveis às representações mais recorrentes da língua francesa. Observamos, do mesmo modo, que a prática reflexiva, especificamente na sessão reflexiva, pode promover o reconhecimento das representações e estabelecer procedimentos capazes de configurar uma futura prática pedagógica intercultural.