O parlamentarismo revolucionário como proposta transicional: uma análise do caso do partido de Los Trabajadores Socialistas na Argentina.
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Campina Grande
Brasil Centro de Humanidades - CH PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS UFCG |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/10084 |
Resumo: | Num contexto de crise orgânica do capitalismo mundial, no marco de um “fim de ciclo” de um conjunto heterogêneo de governos denominados “pós-neoliberais” e um novo ciclo de governos que expressam um giro à direita e à extrema direita, como tendência na superestrutura política na América Latina, que coloca novos desafios para a esquerda classista que defende a independência política e a classe trabalhadora em geral, se faz necessário um retorno do debate estratégico do marxismo revolucionário. Neste contexto, o objetivo desta dissertação é problematizar um fenômeno político que reaparece de forma original na Argentina, retomando uma tradição política no campo do marxismo revolucionário que é conhecido como “Parlamentarismo Revolucionário”. Trata-se da participação de partidos políticos revolucionários no Parlamento, em termos táticos, neste caso, numa democracia liberal. Analisaremos o exemplo concreto dos legisladores do Partido de los Trabajadores Socialistas (PTS) na Frente de Izquierda e de Los Trabajadores (FIT) na Argentina, destacando os mandatos nacionais do deputado Nicolás del Caño e das deputadas Miryam Bregman e Nathalia Gonzalez Seligra, levando em consideração os cargos legislativos em diferentes níveis, seja no plano estadual e/ou municipal nas províncias de Neuquén; Córdoba; Mendoza, Jujuy, Buenos Aires e a Cidade Autônoma de Buenos Aires. Apresentaremos esta tática política em relação ao comportamento institucional por parte da esquerda revolucionária no período 2011-2018 no país e sua relação com as lutas extra institucionais. Estamos frente à uma nova forma de representação política no marco das democracias contemporâneas, que tem como objetivo superar os estreitos limites destas, e verificamos em que medida o parlamentarismo revolucionário abre espaço para o debate e o questionamento da dominação capitalista. Para isso, do ponto de vista teórico, realizamos um balanço da literatura sobre o tema no campo da tradição do movimento operário e socialista internacional, recuperando debates clássicos sobre o tema, analisando as decisões políticas para comparar com o caso argentino. Os procedimento para análise empírica, por análise documental, inclui fontes como os diferentes documentos públicos do partido, como resoluções partidárias, resoluções dos congressos, pronunciamentos públicos, spots de campanha, os diferentes jornais do PTS desde sua fundação, documentos que se encontram no Centro de Estudios, Investigaciones y Publicaciones - Leon Trotsky (CEIP-LT) na Argentina. Realizamos entrevistas semiestruturadas com uma parte representativa dos parlamentares estudados, que nos permitiu obter informações que complementam ou esclarecem a análise documental. Ao pretender dar conta desta realidade, no que se refere ao método de análise, nos guiamos pelo materialismo histórico e dialético, considerando os elementos políticos, econômicos e sociais como divisões analíticas no marco de uma totalidade. Confirmamos nossas duas hipóteses, que se relacionam: A primeira é que, no caso argentino, o papel de um partido revolucionário, como o PTS é central na tática parlamentar revolucionária do conjunto de seus legisladores no marco de uma estratégia revolucionária. A segunda que as propostas e a prática política parlamentar revolucionária do PTS tem uma perspectiva transicional em termos políticos, num contexto de crise orgânica do capitalismo mundial. |