Resumo: |
A partir do século XIX os intelectuais que se dedicaram aos estudos sobre o folclore idealizaram a produção popular imobilizando-a numa temporalidade e espacialidade que a deixaram deslocada do mundo no qual estava inserida, sempre associada ao aspecto da tradição. No entanto, algumas transformações ocorridas em meados do século XX modificaram os sentidos atribuídos à cultura popular, que passou a ser significada não apenas a partir da perspectiva simbólica, mas também política e material, associando a ela novas temporalidades. O objetivo desse trabalho é analisar como a definição de “cultura cearense” se inseriu nessa nova estrutura de entendimento sobre a cultura popular, que deslocou e absorveu outros conceitos a ela conferidos, incluindo o de conveniência. É investigar como Estado, intelectuais, instituições culturais e outros grupos ajudaram a mobilizar certas práticas simbólicas como recurso para diversos setores, demarcando novos lugares e funções do popular no período analisado (1948-1983). |
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