Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Memória, Paula Roberta Fernandes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
www.teses.ufc.br
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/7865
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Resumo: |
Esta pesquisa aborda a representação da beleza feminina nos corpos exibidos em vinte e quatro fotografias publicitárias da marca Dolce & Gabbana, analisadas sob a perspectiva de dois métodos: a análise composicional, sugerida por Rose (2001), e um método desenvolvido por Dyer (1982) para a interpretação das repr esentações dos corpos na publicidade. Em um primeiro momento, se discute o conceito de representação e a construção de um habitus (BOURDIEU, 1992, 2004), pelo corpo feminino nas fotografias. Apesar da elevada variação do conceito de beleza, percebemos nas imagens dos corpos os valores atribuídos por uma determinada sociedade e que, na publicidade de moda, encontra-se vinculado ao consumo. Portanto, torna-se efêmero para sustentar o mercado, que envolve, tanto os produtos dos anúncios (que nem sempre estão diretamente vinculados à beleza feminina) como o próprio corpo que se tornou um produto e que possui toda uma indústria da beleza que o mantém. Em um segundo momento, percebemos a imagem da mulher na moda vinculada à sedução, pois como afirmou Mitchell (2009), as imagens pretendem nos beijar e tal sedução ocorre na maior parte das vezes com o espetáculo. Surgem mulheres perfeitas, “as Vênus” da contemporaneidade são apresentadas nas imagens publicitárias com medidas ideais, sem marcas de expressão, idiossincrasias, poros, quase “plastificadas” (MAGALHÃES, 2006). Os “corpos dóceis” na perspectiva de Foucault (1997), vêm à tona, pois seguem a mesma linha e forma e precisam anular-se em função do produto, tendo os seus gestos, atitudes e expressões controladas, reiterando estereótipos sociais femininos. Tais padrões são difundidos pelas mídias nos discursos imagéticos, que como afirmou Foucault (1997), engendram relações de poder sobre modelos e espectadores, os quais além de adquirirem os produtos da moda, terminam almejando os corpos. Conforme Garcia (2006, p. 9) “Compramos os produtos, mas desejamos o corpo” e não somente o corpo, mas toda a felicidade efêmera apresentada pela publicidade. No terceiro momento da pesquisa percebemos que as imagens pautam a vida e os corpos dos indivíduos na contemporaneidade e que, como Kamper (2002a) argumentou, as pessoas passam a viver tanto em função das imagens que terminam morrendo por elas. Em um sentido metafórico ou literal, percebemos o argumento do filósofo nas imagens que apresentam mulheres neutras, sem vida, bonecas de “marionetes” da publicidade. O século XX agregou a mulher magra e longilínea, surgiram as modelos e top models, que se distanciam dos antigos valores agregados à beleza feminina (fecundidade) onde a gordura prevalecia nos corpos, hoje visualizamos o corpo magro, quase anoréxico. Ao analisar as fotografias da marca Dolce & Gabbana percebemos que a mulher representada segue uma linha ‘quase’ andrógena, com aspecto robotizado que se tornou evidente tanto pela sua atitude na cena como pelo corpo demasiadamente editado por softwares de tratamento. As fotografias possuem estreita relação com o social, reiteram os valores atribuídos por nossa sociedade à beleza, onde corpos e tecnologias se unem e transformam as formas de ver e lidar com as imagens. |