A teatralidade na artesania de Dolce & Gabbana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Boeira, Maria Celina Gil Reis
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27156/tde-13112023-145334/
Resumo: Esta tese busca investigar teatralidade na criação artesanal dos trajes da Alta Artigianalità da marca Dolce & Gabbana, entendendo se esse apelo à tradição é, na verdade, uma maneira de legitimar o discurso conservador da marca. A D&G passou por um reposicionamento que abarcou desde processos de criação até estratégias de divulgação , em que se reaproximou de suas origens italianas, tanto nas referências à história da Sicília, quanto na feitura manual dos trajes, a partir de técnicas típicas da região. Seus desfiles da Alta Artigianalità borram os limites entre teatro, moda e performance, apresentando trajes em que o trabalho manual faz emergir uma poética têxtil muito própria. Apesar de lidarem com materiais e técnicas semelhantes, a criação de trajes de cena e de trajes de moda são diferentes e ainda parece haver equívocos quanto ao que essencialmente afasta e aproxima essas duas áreas. Diante de uma crescente ideia de teatralização da moda, aqui se busca diferenciar a moda e o figurino a partir de dois aspectos principalmente: o processo criativo e os objetivos da criação, analisando tanto trajes criados pela marca para o teatro, quanto trajes feitos para a Alta Moda. Além disso, as produções audiovisuais da Dolce & Gabbana, principalmente os fashion films, parecem atuar na direção de construir uma imagem utópica de Itália ideal, muito ligada aos estereótipos reproduzidos pelo cinema no imaginário popular. A aproximação com a ideia de identidade nacional também parece ser uma estratégia mobilizada pela marca para a legitimação do seu conservadorismo.