Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Nobre, Juliana Liberato |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/40960
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Resumo: |
O presente trabalho deteve-se no estudo, à luz de pressupostos sociofuncionalistas, do fenômeno de variação linguística nas formas verbais imperfectivas de passado em espanhol, em contextos de uso do pretérito imperfeito do indicativo e das perífrases imperfectivas no espanhol oral granadino, encontrados nas entrevistas em estudo e levou em consideração as motivações linguísticas e extralinguísticas. Uma das formas da constituição interna verbal de uma determinada situação é a imperfectividade, a qual o falante, dependendo da dinâmica interna do verbo e de sua escolha, percebe somente parte da situação, isto é, não é possível perceber seu início e nem o seu fim. Os objetivos que nortearam a nossa pesquisa foram: (i) mapear as funções aspectuais das formas verbais imperfectivas de passado no espanhol oral granadino que estejam em variação; (ii) examinar, nas funções que apresentam variação, os condicionamentos linguísticos (tipos de verbos, sequência discursiva nas entrevistas sociolinguísticas, presença ou ausência de modificadores aspectuais, tipo de frase e Modalidade – realis x irrealis), considerando o princípio de marcação e (iii) investigar a influência dos fatores extralinguísticos (sexo, idade e nível de instrução), considerando o princípio de marcação. Para o desenvolvimento da pesquisa, utilizamos dados de Entrevistas Sociolinguísticas do Proyecto para el Estudio Sociolingüístico del Español de España y de América (PRESEEA – Granada), a partir de uma metodologia quali-quantitativa. Desse modo, foram coletadas 36 das 54 entrevistas, de acordo com a escolha das variáveis de estratificação (3 níveis de instrução X 3 grupos de idade X 2 sexos X 2 informantes por célula) e teve como aporte teórico: (i) a Sociolinguística variacionista, a partir das considerações de Labov (1972a, 1978, 1994, 2001, 2003, 2010), Beatriz Lavandera (1978), Silva-Corvalán (2001), Company Company (2003), López Morales (2004) e Blas Arroyo (2005); (ii) o Funcionalismo givoniano (GIVÓN, 1984, 1990, 1995, 2001e 2005) e (iii) o Sociofuncionalismo, de acordo com Tavares (2003). Após o processamento necessário no programa estatístico Goldvarb (2005), obtivemos um total de 2.596 dados, sendo que 2.251 desses são de formas do pretérito imperfeito do indicativo (86,7 % do total), e 345 de perífrases imperfectivas de passado no espanhol oral de Granada (13,3% do total de dados). Duas funções tiveram variação nas duas formas em estudo (habitual e progressiva). Em nosso corpus, dos 2.596 dados obtidos no total, encontramos 1.523 formas de pretérito imperfeito no Aspecto habitual (58,6% do total de dados). Já as formas perifrásticas de passado ocorreram em 110 dados (4,2%). Os resultados revelaram que os falantes granadinos preferem a forma de pretérito imperfeito do indicativo, sendo a forma menos marcada e de mais fácil processamento. Ademais, ao se utilizar a forma de pretérito imperfeito do indicativo como regra de aplicação, o programa Goldvarb (2005) selecionou grupos relevantes, em ordem de significância, os seguintes grupos de fatores linguísticos e extralinguísticos foram: i) modalidade, que a forma de pretérito imperfeito do indicativo tendeu em aparecer nas sentenças de modalidade realis; ii) tipos de verbo, em que os fatores processo culminado, seguido do estado e, logo, da culminação favoreceram a ocorrência do pretérito imperfeito do indicativo e iii) presença ou ausência de modificadores aspectuais, na qual a presença de modificadores aspectuais favoreceu o uso do pretérito imperfeito do indicativo e, na ausência, houve uma tendência maior da ocorrência de perífrases. Já no Aspecto progressivo, encontramos 683 formas de pretérito imperfeito do indicativo (26,3% do total dos dados obtidos). As perífrases imperfectivas, por sua vez, ocorreram em 230 dados (8,8%). E assim como no Aspecto habitual, os falantes preferem a forma menos marcada (pretérito imperfeito do indicativo). Esta forma, que os falantes preferiram, foi utilizada como regra de aplicação na função progressiva. Assim, o programa estatístico selecionou os grupos de fatores relevantes em ordem de significância, a saber: i) modalidade, na qual a forma de pretérito imperfeito do indicativo tendeu a aparecer na modalidade realis; ii) tipos de verbo, em que os verbos de processo culminado e estado favoreceram o uso do pretérito imperfeito do indicativo e iii) sexo, a mulher tendeu a usar mais a forma imperfectiva pretérito imperfeito do indicativo. Concluiu-se que há variação linguística das duas formas em estudos nas funções habitual e progressiva, sendo a forma de pretérito imperfeito do indicativo a mais utilizada pelos falantes granadinos. Desse modo, trata-se de uma variação estável. |