Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Albano, Gabriela Fernandes |
Orientador(a): |
Tavares, Maria Alice |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Programa de Pós-Graduação: |
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS DA LINGUAGEM
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufrn.br/handle/123456789/45672
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Resumo: |
A concessividade é postulada como um movimento argumentativo e retórico (NEVES, 1999, 2000; NEVES; BRAGA, 2016) pelo qual a voz do interlocutor emerge no discurso, e descrita por gramáticos (CUNHA; CINTRA, 2013; BECHARA, 1954, 2009; NEVES, 1999, 2000; CASTILHO, 2014) e pesquisadores (SALGADO, 2007; GARCIA, 2010; ZAMPRONEO, 2014) como uma indicação de que um obstáculo real ou imaginário, apresentado na oração concessiva, não foi forte o suficiente para impedir que o evento expresso na oração principal não ocorresse. Nesta tese, temos como objeto de estudo a variação de uso entre as conjunções concessivas com apesar (apesar (de) que) e as conjunções com mesmo (mesmo assim/que/quando), extraídas de entrevistas sociolinguísticas do Banco de Dados FALA-Natal e encontradas em maior número dentre as concessivas presentes nas entrevistas. O FALA-Natal foi constituído com membros da comunidade de fala de Natal, estratificados em sexo, idade e nível de escolaridade. O objetivo principal é descrever e analisar o contexto de ocorrência das conjunções concessivas com base na atuação de fatores sintáticos, semântico-pragmáticos, estilísticos, discursivos e sociais, buscando também traçar generalizações acerca de possíveis especializações de uso dessas formas. Na base teórica, encontra-se a articulação de pressupostos teórico-metodológicos da sociolinguística variacionista, guiando o olhar para o fenômeno da variação e da mudança linguística no uso das conjunções concessivas, e a visão do funcionalismo norte-americano de gramática como uma entidade emergente, fluida e moldada pelo uso que é dado no dia-a-dia pelos falantes aos itens linguísticos. Adotando essa perspectiva, desenvolvemos uma pesquisa com abordagem quali-quantitativa. A quantificação dos dados é feita não apenas para a testagem das hipóteses, mas também para permitir tanto generalizações acerca do fenômeno estudado e a comparação dos resultados desta pesquisa com outras pesquisas versando o mesmo tema, quanto a busca por indícios de especialização de uso das conjunções concessivas. Nossa pesquisa envolve a investigação de fatores sintáticos (correlação modo-temporal, ordenação das orações, tipo de construção ao qual se liga a conjunção), semânticopragmáticos (relações semânticas, domínios de leitura, discursivos (gênero e assunto) e sociais (sexo, idade e nível de escolaridade). Utilizamos o pacote estatístico Goldvarb X, que mostrou uma influência mais determinante dos fatores de sexo, escolaridade, correlação modal e gênero discursivo. Foi possível traçar especializações de uso dos conectivos com mesmo e com apesar: ensino fundamental I e II, correlação indicativo x indicativo, mulheres e gêneros narrativos influenciam o uso da variante mesmo; por sua vez, o ensino médio, verbo na forma infinita, homens e gênero relato de opinião influenciam o uso da variante apesar. Esses resultados evidenciam que a expressão da concessividade realizada por mesmo e apesar possui viés não apenas linguístico, como pragmático-discursivo e social, além de apresentar indícios de mudança em progresso. |