Tá mudando? - uma análise sociofuncionalista sobre a mudança do verbo estar na fala de Vitória/ES

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Pinheiro, Frederico Pitanga
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Espírito Santo
BR
Mestrado em Estudos Linguísticos
Centro de Ciências Humanas e Naturais
UFES
Programa de Pós-Graduação em Linguística
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufes.br/handle/10/13001
Resumo: Fundamentados em uma abordagem sociofuncionalista, na qual os postulados teórico-metodológicos da Sociolinguística Variacionista (WEINREICH; LABOV; HERZOG, 2006 [1968]; LABOV, 2008 [1972]) e do Funcionalismo Linguístico (GIVÓN, 1995) se conjugam, a presente pesquisa analisa a alternância entre as formas plenas e reduzidas do item estar. A partir do banco de dados do PortVix (YACOVENCO, 2009; YACOVENCO et. al., 2012) e coadunando a refinada metodologia de análise laboviana (GUY; ZILLES, 2007) aos mecanismos de gramaticalização (HOPPER, 1991; HEINE; KUTEVA, 2007), esquadrinhamos as 46 entrevistas compostas por falantes de Vitória, capital do estado do Espírito Santo, e nelas investigamos a influência dos fatores sociais Sexo/gênero, Grau de escolaridade e Faixa etária e dos fatores linguísticos Função do item, Contexto precedente, Tempo verbal e Pessoa do discurso no intento de descobrir as motivações por trás do fenômeno em tela. Para a análise quantitativa do nosso trabalho, utilizamos o programa computacional GoldVarb X (SANKOFF; TAGLIAMONTE; SMITH, 2005). Os nossos resultados demonstram que há predomínio das formas reduzidas em relação às formas plenas do referido item. Com um percentual de 96,9% de apagamento da sílaba inicial, constatamos que a redução caminha para se consolidar como uma mudança na fala. Também apuramos que a perda de material fônico está diretamente relacionada ao processo de gramaticalização que o estar sofre: à medida em que se gramaticaliza, consequentemente, expande seus usos para novos contextos, perde significação semântica e propriedades morfossintáticas, ele sofre erosão, mas ganha em funcionalidade. Por fim, também levantamos a hipótese de que a redução fonética do estar pode estar relacionada à predominância do seu uso como verbo auxiliar. Por associação paradigmática, ele se reduziria para se assemelhar aos seus correlatos monossilábicos ter, ser e ir, se tornando um perfeito exemplar (BYBEE, 2016 [2010]) dessa categoria