Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Hartung, Rafael Francisco [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/180365
|
Resumo: |
Na Nappe de Passos, unidade tectônica pertencente à Faixa Brasília Meridional, em seu segmento intermediário (Unidades E e G), ocorrem megaporfiroblastos de granada (diâmetro ≥ 3 cm, alcançando até 8 cm), hospedados em cianita-mica xistos, que contrastam com os de tamanho usual (0,2 a 1,5 cm) comumente encontrados nos xistos granadíferos desta nappe. Este trabalho, como uma primeira iniciativa de estudo dessa peculiar feição metamórfica, investiga a ocorrência desses megaporfiroblastos através de levantamento de campo, análise microtectônica e determinação de perfis químicos. Parte do trabalho foi voltada para buscar ocorrências de megaporfiroblastos na porção NW da Nappe de Passos, a norte da cidade de Cássia (MG). Com o levantamento de campo, que incluiu trinta perfis seccionando as Unidades E, F G, H e I, não foi encontrada nenhuma ocorrência de camadas ricas em megaporfiroblastos neste setor da nappe. Ao longo desse levantamento, foi possível realizar uma melhor caracterização geométrica do fechamento NW da Braquissinformal de Passos e demonstrar o caráter braquiantiformal da Antiforma de Itaú de Minas. Para o estudo dos megaporfiroblastos, selecionou-se uma ocorrência no segmento SE da Nappe de Passos, no topo da Unidade E. Eles se encontram hospedados em camadas decimétricas de biotita-cianita-granada-quartzo-muscovita xistos, que se alternam com camadas de composições semelhantes, porém contendo porfiroblastos de tamanho usual. Os megaporfiroblastos têm forma elipsoidal, com eixo maior paralelo à lineação mineral associada à foliação principal (S2). A análise de microestruturas em quarenta e seis megaporfiroblastos mostra trilhas de inclusões definindo foliação interna (Si) retilínea a suavemente ondulada no centro, passando a crenulada nas bordas. A Si (=S1//S0) não apresenta continuidade com foliação principal (Se=S2), que se amolda ao redor dos megaporfiroblastos, evidenciando crescimento sincinemático, cedo-D2. A ausência de continuidade entre Si e Se e a posição variada dos planos axiais das crenulações inclusas, indicam prosseguimento da deformação após cessar o crescimento dos porfiroblastos, cujas sombras de deformação assimétricas revelam regime de deformação não-coaxial associado a D2, coerente com o sentido de transporte da nappe (topo para SE). Os megaporfiroblastos são ricos em almandina (73 a 82%) e pobres em espessartita (0,1 a 2,5%) e guardam zonação de crescimento com incremento de almandina e piropo para a borda, acompanhado da redução de espessartita e grossulária, interpretada como blastese sob aumento de temperatura. Os porfiroblastos de tamanho comum de mica xistos, também da unidade E mostram essencialmente o mesmo padrão de inclusões e de zonação química, indicando que compartilham a mesma evolução tectonometamórfica. Os dados levantados indicam que a formação dos megaporfiroblastos deve estar relacionada à composição altamente aluminosa do protólito, associada a escassez de pontos de nucleação. |