Construções e deslocamentos nas relações de gênero das mulheres/mães negras vitimadas pela violência policial contra jovens e adolescentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Argolo, Maria Marta Pinto
Orientador(a): Araujo, Rosangela Janja Costa
Banca de defesa: Lima, Maria Nazaré Mota de, Delgado, Josimara Aparecida
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas. Núcleo de Estudo Interdisciplinares sobre a Mulher
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós Graduação em Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/28015
Resumo: Este trabalho tem como objetivo tecer considerações sobre aspectos das experiências de mulheres/ mães, vitimadas pela violência letal praticada por policiais militares contra jovens e adolescentes. Tomando como perspectiva a racialidade e o pressuposto de que o racismo é fundante das relações e das políticas de vida e morte, busco, a partir do ponto de vista do feminismo negro, as ferramentas adequadas à análise das experiências de mulheres negras durante o luto originado da violência institucional. Trata-se de um estudo que toma o gênero como organizador das relações sociais, considerando que, ao mesmo tempo em que é moldado pelas assimetrias de poder, ele é determinante nos processos de descontinuidades históricas e de deslocamentos nas relações. Assume grande importância neste estudo a interseccionalidade, uma ferramenta essencial às análises que buscam flagrar, na complexa articulação entre raça, gênero e classe social, os variados níveis de opressão e que tem a potência de identificar os mecanismos do sistema de dominação. As reflexões aqui desenvolvidas resultaram de uma pesquisa qualitativa desenvolvida com três grupos de interlocutores: representantes do Estado, representantes de movimentos sociais e mulheres/mães vitimadas pela violência em Salvador, e tomaram como base os dados do Mapa da Violência de 2016. O arranjo metodológico teve como objetivo examinar pontos de vistas de grupos, diferentemente, na organização das relações. O estudo aponta para as tensões entre os discursos do Estado, e os discursos das mulheres/mães, como principal fator que caracteriza as experiências das mulheres, podendo gerar diferentes processos como por exemplo silenciamentos ou enfrentamentos. Parte dessas experiências de enfrentamento se transforma em luta e militância organizada.