Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Brandão, Analídia dos Santos
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Orientador(a): |
Ribeiro, Silvana Soares Costa
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Banca de defesa: |
Santos, Antônia Vieira dos
,
Ribeiro, Silvana Soares Costa
,
Abbade, Celina Márcia de Souza
,
Isquerdo, Aparecida Negri
,
Ramos, Ricardo Tupiniquim
,
Telles, Célia Marques |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura (PPGLINC)
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Departamento: |
Instituto de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufba.br/handle/ri/40622
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Resumo: |
A Toponímia é um ramo da Onomástica que estuda os nomes próprios de lugares e acidentes geográficos na busca reconhecimento dos motivos semânticos dos designativos. Assim, a partir dos estudos toponímicos, podem-se revelar fatos históricos e socioculturais de um povo e a sua trajetória desde o processo de fixação de território até o momento atual, uma vez que o estudo do léxico, de modo geral, é uma importante fonte de conhecimento do modus vivendi de um povo, pois, a partir desse recorte linguístico, é possível reconhecer e compreender o grupo social, seus anseios, seus feitos etc. Diante disso, esta tese tem o objetivo de descrever e analisar o léxico toponímico dos municípios do Território de Identidade 19 – Portal do Sertão da Bahia em termos de: (i) motivação semântica do nome de lugar; (ii) composição da estrutura morfológica; e (iii) origem linguística. O corpus do estudo é constituído por 988 topônimos de acidentes físicos e humanos, referentes a 17 municípios que compõem esse território. Para a constituição do corpus, partiu-se de dados sincrônicos, que foram coletados em mapas descritivos municipais elaborados pela Diretoria de Informações Geoambientais da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia - SEI, que tiveram como fontes-base o Sistema de Transporte – DERBA (2007), a lista de Localidades – IBGE (2010) e a Divisão Político-Administrativa do Estado da Bahia – SEI (2015). Os mapas possuem escala 1.100.000, com mancha urbana bem definida, e são constituídos de acidentes físicos (rios, riacho, serra etc.) e de acidentes humanos (cidades, vilas, fazendas, povoados etc.). A pesquisa foi orientada pela discussão do estudo do léxico por Biderman (1999), Vilela (1995) e pela toponímia, através do modelo teórico-metodológico postulado por Dauzart (1926), reformulado, discutido e ampliado por Dick (1990, 1992, 2001, 2007) e pelas contribuições mais recentes de autores que estudam a toponímia brasileira, tais como Isquerdo (1996, 2020a, 2020b), Carvalhinhos (2002-2003), Carvalho (2010), dentre outros. Após a descrição e análise dos 988 nomes de lugares, os resultados indicam que o Território de Identidade estudado é constituído por 495 ocorrências de topônimos de natureza física (50%) e 485 topônimos de natureza antropocultural (49%) e 8 topônimos não foram classificados (1%) sob a perspectiva taxionômica adotada. A maior produtividade dos topônimos de natureza física é de motivação fitotoponímica, ou seja, os nomes de lugares possuem forte influência da flora brasileira. Já os topônimos de natureza antropocultural tiveram os ergotopônimos com as maiores ocorrências nos dados. Esses resultados confirmam uma tendência na toponímia brasileira que já vem sendo apresentada em outros estudos, a forte influência dos elementos da flora e referenciais físicos no processo de nomeação, além disso é bem marcante o uso de nomes de objetos, apresentando fortemente os elementos que fazem parte da sua cultura. Na perspectiva de formação dos topônimos prevaleceram os nomes formados por estruturação simples, seguidos de topônimos de estrutura composta. Quanto à língua de origem, é notória a predominância de topônimos de língua portuguesa, seguido de língua indígena e, apresentado menor incidência, aparecem os nomes de origem africana, confirmando os dados de outros estudos que apontaram para o processo de apagamento das línguas indígenas e africanas no processo nominativo. Por fim, apresentam-se, em Apêndice A, as fichas lexicográfico-toponímicas elaboradas e ampliadas a partir do modelo criado por Dick (2004), a fim de disponibilizar os dados de forma sistematizada. Em suma, os resultados encontrados no recorte toponímico investigado coadunam com os estudos realizados para a descrição de topônimos. Além disso, a toponímia presente no Território de Identidade 19 reafirmou a estreita relação entre a tríade léxico, cultura e sociedade, de modo a apresentar a consolidação da herança cultural, da formação do território e das influências da história social do portal do sertão baiano, que são materializados e eternizados pelo léxico toponímico. |