A toponímia rural humana preservada nos sertões de Araraquara (Séc. XIX-XXI)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Leite, Jorge Augusto [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/204350
Resumo: O léxico de uma língua revela muitas particularidades no que diz respeito ao seu espaço geográfico, refletindo a história de um povo. Assim sendo, os nomes próprios de lugares deixam transparecer na inter-relação língua-cultura-sociedade entidades da natureza e da cultura que simbolizam e representam uma realidade motivacional. Nesse contexto, o presente trabalho objetiva apresentar um estudo toponímico de área rural da cidade de Araraquara - SP, a partir do levantamento de dados de Registros de Propriedades Rurais do Município de Araraquara-SP (1855-1858), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), por meio dos mapas cartográficos e, também, do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), alicerçado ao SNCR (Sistema Nacional de Cadastro Rural), no qual é possível, por consulta pública, acessar informações sobre mais de 800 propriedades rurais. Nesta pesquisa, como pressupostos teóricos-metodológicos, seguiu-se, prioritariamente, Dick (1990; 1992). No que se refere à analise da origem dos topônimos, seguiu-se como subsídio Guérios (1973), Cunha (2010) e Houaiss (2011). Considerando que os nomes próprios remontam ao nosso passado e às nossas origens, um dos objetivos deste trabalho, e que foi aduzido, é investigar designativos geográficos preservados desde o Período Colonial, originados no sesmarialismo. A partir de registros de propriedades do munícipio de Araraquara - SP, onde constam 638 cartas de sesmarias, foi constatado que há ainda topônimos conservados que nomeiam fazendas, sítios e chácaras atualmente. Desse modo, foi realizado um recorte, sob o prisma da análise dos nomes conservados de 45 propriedades rurais. Os dados foram demonstrados por meio das fichas lexicográfico-toponímicas que forneceram informações acerca da carta de sesmaria transcrita em edição semidiplomática, o elemento genérico, o topônimo, a origem, a taxionomia, a estrutura morfológica, a motivação e a fonte. No que diz respeito à abordagem quantitativa, observou-se que há recorrência de topônimos de natureza física, os quais destacam-se Chibarro, Jacaré, Ouro e Bocaiúva, e que as taxionomias mais produtivas foram zootopônimos, fitotopônimos e litotopônimos. No que diz respeito à abordagem qualitativa, notou-se que dos 45 topônimos analisados, 34 são de natureza física, enquando 11 de natureza antropocultural. Além disso, constatou-se que elementos de natureza circundante como aspectos da fauna, flora e de índole hidrográfica tiveram grande influência na denominação do espaço geográfico. Nessa perspectiva, comprovou-se que as causas denominativas descrevem os topônimos no ato de batismo em relação à área rural pesquisada. Ressalta-se, ainda, que a partir da análise das cartas de sesmarias, mais a análise dos mapas do IBGE, foi possível elaborar um mapa em que se demonstra a localização aproximada dos topônimos de natureza física que foram conservados.