Consciência Morfossintática Versus Habilidades de Compreensão e Decodificação em Crianças Disléxicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Melo, Lays Santana de Bastos
Orientador(a): Teixeira, Elizabeth Reis
Banca de defesa: Teixeira, Elizabeth Reis, Lucena, Rita de Cássia Saldanha de, Pepe, Vera Pedreira dos Santos, Moreira, Cláudia Martins, Rapp, Carola
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Letras
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/27024
Resumo: RESUMO O objetivo central desta pesquisa foi descrever o desempenho de leitura dos disléxicos, especificamente quanto às habilidades de decodificação e compreensão, investigando as relações com seus respectivos níveis de consciência morfossintática. A pesquisa seguiu o aporte teórico da Psicologia Cognitiva, concordando com a definição oferecida pela Associação Brasileira de Dislexia (2014) segundo a qual este transtorno pode ser definido como uma desordem específica de linguagem de origem constitucional, caracterizada por um problema na decodificação de palavras isoladas, ocasionada pela dificuldade de relacionar fonemas aos grafemas – hipótese do déficit fonológico. Considerando que tal déficit é modular, ou seja, outros processamentos linguísticos podem permanecer funcionalmente intactos, perguntou-se como se caracteriza o desempenho de disléxicos quanto às habilidades morfossintáticas e se elas podem influenciar os escores de leitura. Integram a amostra 14 sujeitos disléxicos, na faixa etária entre 08 e 15 anos, tratados no Centro de Referência em Distúrbios de Aprendizagem e Dislexia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A metodologia englobou a aplicação da Prova de Consciência Sintática - PCS (CAPOVILLA; CAPOVILLA, 2009), do Teste de Competência de Leitura Silenciosa de Palavras e Pseudopalavras - TCLPP (CAPOVILLA; CAPOVILLA, 2010), de uma tarefa de facilitação contextual na leitura (teste de Cloze) (SANTOS, 2005) e de uma tarefa de memória verbal (REGO, 1995), que atuou como medida de controle. Os resultados demonstraram que tanto em relação à faixa etária quanto em relação à série, os sujeitos da pesquisa, em sua maioria, situaram-se acima da média esperada da PCS. Verificou-se também que quanto maiores seus valores, maiores os escores no TCLPP e no Cloze. Observou-se ainda que os escores totais da PCS estão mais relacionados com as habilidades de leitura em contexto (Teste de Cloze) do que com as palavras isoladas (TCLPP) e o desempenho dos sujeitos em memória verbal não influenciou nos resultados obtidos, visto que, de forma geral, se encontraram nos padrões de normalidade. Concluiu-se que, a despeito do déficit de consciência fonológica, as crianças disléxicas possuem um desempenho relativamente adequado em consciência morfossintática, o que implica que os programas de remediação deste grupo não devem incluir unicamente estratégias envolvendo habilidades fonológicas, mas também de consciência morfossintática, visando constituir meio compensatório das suas dificuldades.