AS NAUS E TERRA PAPAGALLI: DERRISÃO E IRONIA NA DESSACRALIZAÇÃO DA VEROSSIMILHANÇA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Santos, Jacimara Vieira dos
Orientador(a): Rossoni, Igor
Banca de defesa: Santana, Carla Patrícia Bispo, Correia, Maria das Graças Meirelles, Hozhauzen, Marlene, Laranjeira, Antônio Eduardo Soares
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Letras
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/26729
Resumo: Esta tese procura desenvolver um estudo comparativo acerca dos romances As naus (1988), do escritor português António Lobo Antunes e Terra Papagalli (1998), de Roberto Torero e Marcos Aurelius Pimenta, examinando a estratégia retórica empregada nestas composições literárias para movimentar a categoria do real e do verossímil, focalizando, em primeiro plano, as reconfigurações da narrativa histórica diante da retomada das Descobertas. Perante essas constatações, são observados os vários sentidos encetados pelo trabalho com a linguagem literária, mediante a recorrência à derrisão e à ironia, perpassadas, também, pela entropia constante nas narrativas e pelas relações cronotópicas que nelas se evidenciam. Neste sentido, toma-se por referência de cronótopo o conceito de Mikhail Bakhtin que pressupõe a interligação das relações espaço-temporais que a literatura assimila, de modo a estabelecer contato com a realidade histórica. Assim, questões que envolvem história, narrativa, tempo, lugar e memória se entrecruzam no plano da análise desenvolvida, favorecendo a percepção das relações entre estes fatores e o caráter derrisório e irônico que com eles coexistem. Deste modo, configurações reais e ficcionais emergem, no contexto dos romances aludidos, permeados pela ironia e pelos elementos metafóricos que, ao estabelecerem jogo com a memória e com a narrativa historiográfica oficial, traduzem a dessacralização do real e da própria verossimilhança.