A Paródia e a ironia nas obras de José Saramago: crítica e dessacralização

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Barone, Jéssica Viana lattes
Orientador(a): Dantas, Gregório Foganholi lattes
Banca de defesa: Telles, Luís Fernando Prado lattes, Queiroz, Juliana Maia de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Grande Dourados
Programa de Pós-Graduação: Programa de pós-graduação em Letras
Departamento: Faculdade de Comunicação, Artes e Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufgd.edu.br/jspui/handle/prefix/4565
Resumo: Referência na narrativa portuguesa contemporânea e contemplado por prêmios como Camões (1995) e o Nobel de Literatura (1998), José Saramago (1922 – 2010) traz em suas obras críticas a diversos temas, como a religião Cristã, o abuso de poder, a misoginia, entre outros tantos. Dado o contexto no qual o declínio do prestígio à religião se manifesta nas criações artísticas e literárias, Saramago elabora sua crítica à religião cristã e à figura de Deus fazendo uso da ironia, escrevendo O Evangelho segundo Jesus Cristo (1991) e Caim (2009), paródias da Bíblia Sagrada que, configuradas como romances de formação, recontam a história dos textos sacros de maneira irônica e humanizada, o que resulta na dessacralização das personagens do texto canônico. Tal dessacralização possui teor crítico, que, acompanhado da ironia, é elemento fundamental da paródia, que, em Caim causa o riso e o questionamento acerca de questões humanitárias e em O Evangelho segundo Jesus Cristo, causa profunda reflexão não só acerca da religião, como também das inquietudes da alma humana. Assim, busca-se neste trabalho exibir o processo de humanização e dessacralização das personagens bíblicas, assim como a elevação da humanidade em detrimento do divino e do sagrado, que se manifesta por meio da paródia. Para tal, utiliza-se os conceitos de paródia e ironia com base em Linda Hutcheon (1985) e Beth Brait (2009), como também o conceito de Bildungsroman (de maneira não aprofundada), de Morgenstern (1820). O conceito de romance de formação (Bildungsroman) torna-se importante para que se entenda a transformação das personagens protagonistas, que levam o leitor ao pensamento crítico acerca da figura divina eternizada pela cultura cristã.