Entre ventres e devires: dança do ventre com a perspectiva dos princípios do rizoma

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Vasconcelos, Maria beatriz ferreira lattes
Orientador(a): Pimentel, Ludmila Cecilina Martinez
Banca de defesa: Pimentel, Ludmila Cecilina Martinez, Rengel, Lenira Peral, Fernandes, Ciane, Alvarenga, Arnaldo Leite de, Serrano, Leonardo José Sebiane
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Dança (PPGDANCA)
Departamento: Escola de Dança
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/41059
Resumo: Esse trabalho propõe a reflexão da Dança do Ventre com a perspectiva dos princípios do rizoma, conceito filosófico desenvolvido por Gilles Deleuze e Félix Guattari no livro “Mil Platôs” (2017). Nesse sentido, objetiva-se apresentar a conexão, heterogeneidade, multiplicidade, ruptura assignificante, cartografia e decalcomania como dispositivos que esclareçam a sua composição, desenvolvimento, relevância e continuidade. Tal abordagem se faz necessária para combater suas implicações arborescentes e o modo de representação que reduz a própria diversidade que lhe é inerente. Profundamente afetada pela conjuntura capitalista e colonial da Modernidade, a Dança do Ventre passou a abarcar uma multiplicidade de danças e identidades de forma generalizante, agrimensada por paradigmas hegemônicos eurocêntricos. Ao analisar a contiguidade desses atravessamentos, essa argumentação justifica e encoraja a fomentação de novos desdobramentos e devires que ressignifiquem seus essencialismos. A metodologia aplicada consistirá no levantamento, revisão e leitura crítica do quadro de referências bibliográficas. Como principais marcos teóricos, além do rizoma de Deleuze e Guattari (2017), também se apresentará o conceito de orientalismo como desenvolvido por Edward W. Said (2007). Ademais, serão referenciadas fontes primárias do século XVIII como as obras de Carsten Niebuhr (1776), Claude-Étienne Savary (1787) e Edward William Lane (1836), além de obras de autoras árabes, iranianas, armênias e turcas, a respeito de Najwa Adra (1998), Arzu Öztürkmen (2003) e Rosina-Fawzia Al-Rawi (2012). Esperamos com essa pesquisa demonstrar a insustentabilidade das ficções cronopolíticas, dos discursos e narrativas orientalistas, bem como da fixidez epistêmica em vincular origens centralizadoras e míticas à Dança do Ventre. Assim como o rizoma é resiliente a reificações e silenciamentos, propomos seu uso como ferramenta política, epistemológica, social e ética que resulte numa Dança do Ventre que se expanda pelo desvio. Consideramos que é no devir, portanto, que ela encontra sua permanência e insurgência.