ESCOLARIZAR PARA CIVILIZAR: O RECOLHIMENTO DE NOSSA SENHORA DOS HUMILDES EM SANTO AMARO DA PURIFICAÇÃO - BAHIA, SÉCULO XIX

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Trindade, Carolina Antonia Silva
Orientador(a): Souza, Emília Helena Portella Monteiro de
Banca de defesa: Lima, Solyane Silveira, Lobo, Tânia Conceição Freire
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto de Letras
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura
Departamento: Não Informado pela instituição
País: brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/28104
Resumo: Para compreensão e estabelecimento da sócio-história do português brasileiro, um dos campos estabelecidos pela linguista Mattos e Silva (2004, p. 59) visa a “[...] a reconstrução da história da escolarização no Brasil, que Houaiss formula como a penetração da língua escrita [...]”. Objetiva-se, portanto, analisar e discutir a inserção de mulheres na cultura escrita no Collegio Nossa Senhora dos Humildes, em Santo Amaro da Purificação – Recôncavo baiano, no século XIX, à luz da História da Cultura Escrita (CASTILLO GÓMEZ, 2003) e da História Social Linguística (MATTOS E SILVA, 2004). Busca-se compreender de que forma o colégio vinculado a um recolhimento se estabeleceu como espaço de escolarização de mulheres – através da imposição do governo, antes mesmo de o ensino para meninas ser regulamentado –, tendo em vista fatores sociopolíticos e econômicos. Analisa-se quais foram as práticas de acesso ao escrito, nesse espaço, como ocorreu o processo de alfabetização das mulheres e quais foram os materiais utilizados, o perfil social e econômico das educadoras e das educandas. Estabelece-se um diálogo com a História da Educação e propõe-se, também, um novo olhar (ou leitura) diante dos processos de escolarização das mulheres, através da análise qualitativa do Estatuto do educandário, de relatórios enviados a diretores da Instrução Pública, de livros de registro de entrada e saída de meninas, de relatórios de presidentes da província da Bahia, dentre outros documentos, analisando as representações, as práticas e os discursos (CHARTIER, 1990) gerados acerca do contexto em questão. Verificou-se a mudança do caráter da instituição da condição de assistência exclusiva a órfãs pobres, para constituir-se como uma instituição de escolarização de mulheres majoritariamente brancas e oriundas de famílias ricas de Santo Amaro, grupo até então excluído dos espaços formais de instrução. O estudo visa a contribuir para a reconstrução da história da cultura escrita, no âmbito da escolarização, e da história social do português no Brasil.