Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Souza, Elmara Pereira de |
Orientador(a): |
Oliveira, Eduardo David de |
Banca de defesa: |
Galeffi, Dante Augusto,
Miranda, Jorge,
Axt, Margarete,
Macedo, Roberto Sidnei Alves,
Burnham, Teresinha Fróes |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Faculdade de Educação
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Doutorado Multi-institucional e Multidisciplinar em Difusão do Conhecimento
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/18167
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Resumo: |
A subjetividade é produzida a partir de múltiplos componentes heterogêneos, não é possível falar em subjetividade generalizada, mas subjetividade prática e pessoas constituídas na experiência social e em seus caminhos singulares. A cartografia da produção de subjetividade em ambiente virtual de aprendizagem (AVA) foi desenvolvida com base em uma intervenção para criar condições de possibilidade de formação de docentes online. A experimentação teve o propósito de que os professores vivenciassem coletivamente um ambiente dialógico e colaborativo, onde os afetos pudessem ser produzidos, possibilitando a criação de espaços de autoria e singularização. As linhas dos afetos, a alegria e a tristeza, como categorias analíticas, são tratadas como potência, e não como sentimentos em si. Os fundamentos da investigação encontram-se nos pressupostos teóricos de Gilles Deleuze e Felix Guattari, em especial nos conceitos de subjetividade, rizoma, agenciamento, acontecimento, linha de fuga e desterritorialização, e de Mikhail Bakhtin, no que se refere a enunciado e dialogismo. A cibercultura, as políticas públicas de educação a distância e a formação de professores se inserem como dobras da tese. O conceito de ambiente virtual de aprendizagem assume novos contornos e, como uma das contribuições do estudo, o AVA é definido como um dispositivo de produção de subjetividade, que é a combinação do visível, invisível, dizível, do silêncio, das forças, das relações e linhas que conectam as pessoas que o habitam. Nesse ambiente, podem ser produzidos afetos alegres e tristes, aumentando ou diminuindo a potência de agir. Cada pessoa produz e é produzida pelos encontros e pelas relações, definindo-se pelo próprio poder de ser afetada, de acordo com movimentos que podem indicar subjetividade autorreferente, quando é produzida pela intensidade dos encontros, pelas linhas de criação e de autoria ou subjetividade massiva, quando é produzida pela homogeneização, padronização dos comportamentos e desejos. Habitando o território ambiente virtual de aprendizagem, os professores podem experimentar devires, agenciamentos, abrir-se para outras formas de ensinar e aprender, participando ativamente, produzindo subjetividade alegre e evidenciando envolvimento com a construção do conhecimento e do próprio AVA. Podem, também, ser agenciados por afetos-tristezas, não conseguindo se inserir como autores, demonstrando uma atitude passiva e de alienação diante do processo formativo, produzindo subjetividade triste, quando não habitam o AVA, ou subjetividade voyeur, quando apenas consomem o que é construído no ambiente. Outras duas subjetividades são produzidas como desdobramentos, uma que é produzida pela oscilação entre a participação eventual e a ausência no ambiente, sugerindo descompromisso com o coletivo, e outra produzida pelo movimento entre a participação ativa e a observação. Essas subjetividades são específicas do momento de transição, de passagem e convivência entre os espaços presenciais, híbridos e virtuais de formação. A formação de docentes online em ambiente virtual de aprendizagem, na perspectiva da educação (a distância) desterritorializada, deve ser pensada como um processo próprio da cibercultura, vinculada à ética do coletivo, do acontecimento, da comunicação transversal, do agenciamento do desejo e da singularização. |